O preço da eletricidade negociada no mercado livre, que abastece grandes consumidores industriais, está 42% maior do que o praticado para 100% das residências e a maioria dos demais clientes.
O valor no mercado livre chegou a R$ 170 o MWh, 600% maior do que no início do ano. Para os clientes "cativos", o preço fica em torno de R$ 120.
A alta se deve à falta de chuvas nos reservatórios das hidrelétricas. Com menos água, o ONS (Operador Nacional do Sistema) é obrigado a despachar energia de usinas térmicas, com operação mais cara.
O aumento deve ser compensado a partir de novembro, quando termina o período seco, avalia o diretor da Trade Energy Luis Gameiro.
De janeiro a agosto, o gasto do ONS com térmicas soma R$ 85 milhões, mas não será relevante para a maioria dos consumidores. O mercado livre representa 28% do consumo, mas o impacto é concentrado em poucos clientes.
Gameiro avalia que a redução anunciada pelo governo também beneficia o segmento. "Mas entendemos que deveria ter redução também de impostos como PIS/Cofins e ICMS."