O pacote de corte de gastos públicos apresentado na última semana gerou divisões internas, mas refletiu uma vitória da política do governo, principalmente de ministros filiados ao PT, que procuram flexibilizar algumas medidas. Entre as propostas, destacam-se a limitação do crescimento do salário mínimo, a restrição ao abono salarial e o aumento de impostos para os super-ricos, medidas que visam equilibrar o orçamento.
quem ganhou
Os ministros Luiz Marinho (Trabalho) e Carlos Lupi (Previdência) saíram fortalecidos após o anúncio. Marinho, que conseguiu evitar mudanças no seguro-desemprego, foi um dos principais aliados de Lula no processo, e Lupi teve sua área preservada, com a manutenção do piso nacional para aposentadorias. Já o ministro da Educação, Camilo Santana, também conseguiu evitar grandes alterações na sua pasta, com mudanças limitadas no Fundeb.
quem perdeu
Por outro lado, o pacote incluía medidas que afetam setores inesperados, como os militares. Após um pedido direto do presidente Lula, mudanças foram propostas para os militares, incluindo a definição de uma idade mínima para a reserva remunerada e o fim da "morte fictícia". Essas modificações causam resistência entre os comandantes das Forças Armadas, que temiam perder a atratividade da carreira militar.
quem ficou de fora
A ministra Simone Tebet (Planejamento), que inicialmente defendeu propostas mais drásticas, viu sua influência diminuir, já que suas sugestões, como a desvinculação da Previdência do salário mínimo e a alteração no BPC, foram rejeitadas. Sua equipe também foi contra as propostas que afetariam diretamente o Fundeb.
As medidas agora serão submetidas ao Congresso, onde tramitam como uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e projetos de lei complementar e ordinária. O governo espera que elas sejam aprovadas até o final do ano, com a expectativa de gerar uma economia de R$ 70 bilhões entre 2025 e 2026, embora o texto possa ser alterado no processo legislativo.
Para mais informações acesse meionews.com