Após muita negociação, os obstáculos à assinatura do contrato de fusão entre Sadia e Perdigão foram superados e os papéis foram assinados na noite desta segunda-feira (18). A conclusão do acordo foi confirmada pela Perdigão, que enviou fato relevante ao mercado financeiro na manhã desta terça-feira (19).
A companhia que resultará da união das duas empresas se chamará Brasil Foods e, de acordo com o mercado, a denominação ajudará no crescimento da companhia no mercado internacional. De acordo com o comunicado ao mercado, a Perdigão mudará seu nome para Brasil Foods, empresa que posteriormente vai incorporar a Sadia.
Depois da conclusão da operação, a Sadia terá aproximadamente 31,5% de participação na Brasil Foods. Para capitalizar o novo negócio, a Brasil Foods vai fazer uma oferta pública de ações no valor estimado em R$ 4 bilhões.
O acordo, de acordo com a nota, será submetido às autoridades brasileiras de concorrência (Conselho Administrativo de Defesa Econômica - Cade e Secretaria de Acompanhamento Econômico - Seae).
A nova empresa, informa o comunicado, terá sua sede transferida para a cidade de Itajaí (SC), onde existe um porto, o que reforça os comentários do mercado de que a Brasil Foods trabalhará para reforçar sua participação no mercado externo de alimentos.
Novo Negócio
O acordo cria a uma gigante brasileira de alimentação, que deverá se chamar Brasil Foods. Segundo a consultoria Economatica, a empresa ocupará o 9º lugar no ranking das maiores empresas de alimentos das Américas.
A nova companhia terá uma participação de quase 25% no mercado global de exportação de aves, além de boa presença em vendas externas de suínos. Além disso, a empresa será líder em alimentos processados no mercado brasileiro.
O negócio ainda precisará ser aprovado pelos órgãos de defesa da concorrência no Brasil. Somadas, as empresas terão participação superior a 55% do mercado brasileiro em produtos como industrializados de carne e margarinas. Em itens como massas prontas, a fatia de mercado pode passar de 80%.
Unidas, as duas companhias vão ter faturamento anual de R$ 22 bilhões e cerca de 120 mil funcionários. A Brasil Foods seria também a terceira maior exportadora do país, atrás apenas das "gigantes" Vale, do setor de mineração, e Petrobras, de combustíveis. As vendas para o exterior devem somar cerca de US$ 10 bilhões.