A nova administração do PanAmericano descobriu que o rombo na instituição controlada pelo Grupo Silvio Santos é maior do que os R$ 2,5 bilhões estimados inicialmente pelo Banco Central no ano passado. Por isso, o banco precisará de uma nova injeção de dinheiro.
Uma das alternativas em estudo é um novo empréstimo do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), que já cobriu o buraco inicial. Ainda que não entre com todos os recursos necessários, o FGC deve oferecer ao menos um pedaço do capital.
O FGC é uma entidade privada, mantida pelos bancos desde 1995, que tem como principal função proteger parte dos depósitos dos clientes dos bancos.
Procurado, o PanAmericano preferiu não se pronunciar. O diretor executivo do FGC, Antonio Carlos Bueno, disse que desconhecia as informações.
Em setembro, o BC descobriu uma fraude contábil no PanAmericano, então estimada em R$ 2,5 bilhões. O escândalo veio a público no início de novembro, quando toda a antiga diretoria foi demitida. Para receber o dinheiro do FGC, o empresário Silvio Santos entregou como garantia seu patrimônio pessoal.
A maior parte dos executivos que compõem a nova direção foi indicada pela Caixa Econômica Federal, que comprou 49% do capital votante do PanAmericano no fim de 2009. Até ontem (26) à noite, estava definido que o banco estatal não vai colocar dinheiro novo na instituição. A solução para cobrir o novo rombo está sendo negociada pela nova direção do PanAmericano, pelo FGC, pelo empresário Silvio Santos, pela Caixa Econômica Federal, e é acompanhada de perto pelo BC.
O tamanho exato do rombo e a saída para cobri-lo devem ser oficialmente apresentados na próxima segunda-feira (31), dia previsto para a divulgação do balanço do terceiro trimestre e dos meses de outubro e novembro de 2010. A divulgação desses resultados foi adiada por duas vezes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.