A reunião entre representantes da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e do Comando Nacional dos Bancários, que teve início na manhã desta quinta-feira (10), está paralisada no momento por causa de um impasse.
De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), o principal problema é que a Fenaban propõe a compensação dos dias paradas em 180 dias, enquanto os representantes dos trabalhadores pedem a anistia do período.
?A culpa da greve é dos bancos. Não aceitamos que sejamos responsabilizados pelos dias parados?, diz Ademir Wiederker, diretor de imprensa da Contraf-CUT.
Procurada pelo G1, a Fenaban informou que aguarda o término da reunião com as lideranças sindicais e só irá se pronunciar quando houver um fato novo.
A greve dos bancários completa 22 dias nesta quinta-feira e, segundo Wiederker, a paralisação continua amanhã.
Balanço divulgado na véspera pela Contraf-CUT informava que a greve dos bancários deixou 56,4% das agências do país fechadas na quarta-feira.
Os bancários em greve decidiram rejeitar, em assembleias realizadas na segunda (7), a proposta de reajuste de 7,1% oferecida pela Fenaban.
A Contraf-CUT diz ter enviado, na terça, ofício do comando nacional de greve à Fenaban comunicando que as decisões das assembleias de segunda-feira em todo o país "rejeitaram a proposta insuficiente" apresentada na sexta-feira, que eleva de 6,1% para 7,1% (o que representa apenas 0,97% de ganho real).
A entidade diz que o documento reitera que o comando ?permanece à disposição para continuar as negociações para a apresentação de uma proposta satisfatória dos bancos, que atenda de fato às reivindicações econômicas e sociais da categoria?.
Proposta
A proposta dos bancos, de elevar de 6,1% para 7,1% foi apresentada na sexta-feira (4) pela Fenaban. A proposta incluia ainda aumento de 7,5% no piso da categoria e elevação de 10% nos valores fixos da PLR (participação nos lucros e resultados).
"A Fenaban lamenta os transtornos causados pela paralisação e ressalta que está empenhando todos os esforços necessários para chegar a um acordo", afirmou a federação na segunda.
A paralisação dos bancários já afeta a captação de crédito no país, segundo a Contraf-CUT, que cita o Indicador Serasa Experian da Demanda do Consumidor por Crédito. De acordo com o levantamento, o número de pessoas em busca de crédito diminuiu 9,8%, em setembro, comparado a agosto.
Os bancários pedem reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real além da inflação), Participação nos Lucros e Resultado (PLR) de três salários mais R$ 5.553,15 e piso de R$ 2.860. Pede, ainda, fim de metas abusivas e de assédio moral que, segundo a confederação, adoece os bancários.
A Fenaban aifrma que o piso salarial da categoria subiu mais de 75% nos últimos 7 anos e os salários foram reajustados em 58%, ante uma inflação medida pelo INPC de 42%.