Rendimento do trabalhador volta a crescer no país, afirma pesquisa

Este é a primeira alta no rendimento no ano, e interrompe uma sequência de oito quedas consecutivas.

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O rendimento médio real dos ocupados (descontada a inflação) voltou a crescer no país em setembro, ficando em R$ 1.387. Já o dos assalariados ficou em R$ 1.445.

Este é a primeira alta no rendimento no ano, e interrompe uma sequência de oito quedas consecutivas e duas estabilidades (julho e agosto), de acordo com pesquisa realizada pela Fundação Seade e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) em sete regiões metropolitanas, divulgada nesta quarta-feira (30).

Segundo Sérgio Mendonça, técnico do Dieese, a inflação afetou muito os rendimentos neste ano, especialmente na comparação com 2010, que foi um ano de crescimento atípico (7,5%).

"A inflação foi sentida durante o ano e teve um pico, passando de 7%, em setembro. Isso afeta diretamente o rendimento salarial. Aliado a esse fator, tivemos uma desaceleração na economia. Mas os dois últimos meses devem ser positivos, se seguirmos a lógica sazonal de aumento do emprego no fim de ano."

A desaceleração econômica influencia e interfere no nível do ganho dos empregados, assim como o repique da inflação. "Quando a inflação cresce faz com que pessoas bem remuneradas sejam demitidas e substituídas por outras de menor salário. É uma prática comum e pode explicar esse movimento de queda. O que pode ter acontecido nos meses anteriores", explica Alexandre Loloian, técnico da Seade.

12 MESES

Regionalmente, em 12 meses, o rendimento médio real dos ocupados recuou 3,8%, enquanto a queda foi de 3,6% para os assalariados.

Em Salvador a queda foi de 12,9%, Belo Horizonte, recuo de 6%, em São Paulo, baixa de 4,8%, e no Distrito Federal reduziu-se 1,1%.

Em Porto Alegre ficou praticamente estável, com ligeira alta de 0,3%, Recife, alta de 5%, e Fortaleza (2,8%).

Segundo a definição da Seade e do Dieese, a população ocupada exclui os trabalhadores assalariados e os empregados domésticos que não tiveram remuneração no mês, além dos trabalhadores familiares sem remuneração e os trabalhadores que ganham exclusivamente em espécie ou benefício.

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