A renda do trabalho dos brasileiros em 2023 teve um aumento significativo, representando o maior salto desde o Plano Real, que promoveu um forte aumento do poder de compra no país com a queda da inflação no final de 1994 e em 1995. Enquanto o PIB cresceu 2,9% em 2023, a massa de rendimentos do trabalho teve um aumento real de 11,7%, o que é quase o dobro do registrado em 2022.
Como ocorre a comparação: este foi o melhor resultado desde 1995, de acordo com o Ipea e a FGV Social. Este aumento na renda real domiciliar per capita reflete a soma das rendas das famílias dividida pelo número total de membros. O impulso na renda em 2023 é atribuído principalmente aos gastos públicos adicionais, com destaque para programas como o Bolsa Família, que recebeu um aumento significativo no orçamento, e a PEC da Transição.
Quem foi mais beneficiado: esses investimentos têm um forte impacto na economia, resultando em crescimento do PIB e redução da taxa de desemprego. No entanto, há preocupações quanto à sustentabilidade desses programas no longo prazo, devido ao aumento do déficit e da dívida pública. Os trabalhadores informais, especialmente aqueles sem carteira assinada, foram os mais beneficiados em termos de aumento de renda em 2023, refletindo a considerável inserção do Bolsa Família neste grupo.
Desafios no crescimento: o aumento dos rendimentos para trabalhadores formais foi mais modesto. Os gastos excessivos do governo e os riscos de inflação e instabilidade fiscal representam desafios para a sustentabilidade do crescimento econômico e da melhoria da renda no futuro. É fundamental que o governo adote políticas fiscais responsáveis e direcionadas para garantir a estabilidade econômica e o crescimento sustentável, especialmente diante dos desafios apresentados pela inflação e pelo déficit fiscal.
Programas sociais: o foco em programas "pró-pobres" como o Bolsa Família pode ter um impacto significativo na redução da pobreza e da desigualdade, mas é necessário equilibrar esses esforços com medidas para garantir a estabilidade macroeconômica e o controle da inflação.