Remessas de brasileiros no exterior têm maior queda em 11 anos

A avaliação do Banco Mundial é de que o desemprego de 10% que afeta os Estados Unidos é ainda maior entre latinos

|
Siga-nos no Seguir MeioNews no Google News

O Banco Central (BC) registrou no ano passado a maior queda em 11 anos no total de remessas enviadas ao Brasil por brasileiros que moram no Exterior - US$ 2,22 bilhões, uma queda de 23,6% em relação a 2008.

O resultado é pior que a diminuição também registrada nas remessas enviadas por latinos que moram no exterior para a América Latina, que caíram 11% no ano passado, segundo o Banco Mundial. A crise financeira internacional é apontada como a principal explicação para a redução das remessas de pessoas físicas, tanto para a América Latina como para o Brasil. Em muitos países em que os imigrantes vivem, o desemprego aumentou durante a crise. Esse é o caso, por exemplo, dos Estados Unidos.

A avaliação do Banco Mundial é de que o desemprego de 10% que afeta os Estados Unidos é ainda maior entre latinos que vivem naquele país do que entre os americanos. Real valorizado No caso brasileiro, o resultado pode ainda ter sido agravado com a valorização do real frente ao dólar, que torna as remessas ao Brasil menos atraentes.

Diante de um real mais valorizado, brasileiros que vivem no exterior tendem a guardar suas economias no país onde residem, adiando o envio do dinheiro ao Brasil para quando a cotação estiver mais favorável. O maior volume de transferências registrado pelo Banco Central foi em 2008, quando os brasileiros no exterior enviaram US$ 2,9 bilhões ao Brasil.

Naquele ano, houve uma tendência de valorização do dólar em relação à moeda brasileira. Os residentes nos Estados Unidos enviaram 30% a menos de dinheiro ao Brasil no ano passado, enquanto os ingressos vindos do Japão caíram ainda mais: 40%. Os dois países concentram as principais colônias de brasileiros que vivem no exterior.

Os Estados Unidos, por exemplo, responderam por 40% da quantia enviada ao Brasil em 2009, com US$ 894 milhões. Já o fluxo contrário apresentou um acréscimo de 6% em relação a 2008. Os estrangeiros que vivem no Brasil enviaram US$ 668,6 milhões a seus países de origem, o maior valor da série histórica do Banco Central, que começou em 1995.

Veja Também
Tópicos
SEÇÕES