Os preços de remédios, o fim do desconto no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para automóveis e o aumento da oferta de artigos de vestuário puxaram o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) para cima em abril, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O indicador ficou em 0,57%, acima do 0,52% registrado em março. O índice é usado como referência pelo Banco Central para o cumprimento das metas do governo, de 4,5% no ano, com variação de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
O aumento ofuscou o recuo nos preços do grupo produtos e serviços, segundo comunicado do instituto.
Os preços dos alimentos subiram 1,45%, um aumento expressivo, embora menor que o verificado em março, de 1,55%. No ano, no entanto, já acumulam 5,19% de alta. O leite pasteurizado, por exemplo, subiu 7,43% no mês passado, mas a alta é menor que a de março (8,03%).
Os feijões, no entanto, subiram 27,88% após os 6,64% do mês anterior, sendo que o quilo do feijão carioca chegou a ficar 43,13% mais caro em abril.
Os preços da cenoura (-3,14 %), das frutas (-2,51%), do óleo de soja (-2,38%), de hortaliças (-2,19%) e do arroz (-1,27%) também caíram.
Já os preços dos produtos não alimentícios subiram 0,31% no mês passado, contra alta de 0,22% em março. Os remédios sofreram um reajuste médio de 4,6%, que passou a vigorar em 31 de março.
Os preços dos carros passaram de uma queda de 0,72% em março para uma alta de 1,04% em abril, refletindo o fim do IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) aplicado sobre os veículos novos desde 1º de abril. Já os artigos de vestuário, que passaram de 0,66%, em março para 1,28% em abril, com a entrada das coleções da nova estação no mercado.
Os salários dos empregados domésticos também pressionaram o IPCA, com um aumento 1,60% - embora menor que o 1,81% de março.
INPC
O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) subiu 0,73% em abril, pouco acima do 0,71% de março. Com isso, o indicador acumula alta de 3,05% no ano, bem acima da taxa de 1,71% relativa a igual período de 2009.
Os preços dos produtos alimentícios subiram 1,72%, enquanto os não alimentícios aumentaram 0,30%. Em março os índices ficaram em 1,68% e 0,30%, respectivamente.