O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não descartou nesta segunda-feira manter em 2010 as alíquotas reduzidas de impostos que serviram de incentivo à indústria para o combate à crise financeira internacional. Segundo o presidente, a continuidade dessas políticas vai depender de como a economia vai reagir no ano que vem.
Lula disse esperar que a economia permita que os setores se recuperem sem a ajuda do governo. "Espero que não se faça mais nenhuma desoneração por problemas. É muito importante para não cometer exageros de fazer demais nem a imprudência de não fazer", disse.
"A gente vai começar a colher o que foi plantado, mas se algum setor tiver, por alguma razão, problemas de produtividade, com exportações, obviamente estaremos atentos a tomar medidas para que aquele setor possa se recuperar rapidamente", afirmou. Segundo o presidente, as reduções de IPI podem se tornar definitivas desde que a economia brasileira tenha condições de oferecer isso.
"Se o Estado crescer mais, muitas alíquotas podem ficar [como estão]", disse. Lula disse que vai trabalhar no ano que vem para manter o controle de gastos. "A economia vai crescer de forma vigorosa em 2010. Vamos ter a mesma responsabilidade fiscal, mas isso não significa arrocho salarial. Não abdicaremos de ter uma política fiscal séria. Estamos provando que é possível fazer isso.
O mesmo governo que teve a coragem de aumentar o superavit para 4,5% pode reduzir para 4% quando quiser", disse. Segundo o presidente, controlar a inflação é um dos principais objetivos em seu último ano de governo. Ele rebateu ainda as críticas ao inchamento da máquina pública, com o crescimento do funcionalismo público e disse que a União "vai continuar contratando professores e médicos, por exemplo".