O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manterá por mais três meses a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados na compra de veículos. Em outubro, o imposto subirá gradualmente, voltando aos percentuais originais no final do ano, informa reportagem de Fabiano Maisonnave publicada na edição deste sábado da Folha.
A extensão do IPI reduzido incluirá eletrodomésticos, como fogões e geladeiras. As novas medidas de estímulo devem ser anunciadas depois de amanhã pelo Planalto, que também lançará pacote para o setor de máquinas e equipamentos.
Será a terceira prorrogação do benefício oferecido ao setor automotivo em janeiro, cuja principal justificativa foi o impacto da crise global. Nos primeiros cinco meses do ano, a redução no IPI dos carros custou ao governo quase R$ 1,8 bilhão.
Em reunião com representantes do varejo em São Paulo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que também estuda desonerar a contribuição patronal ao INSS. As empresas pagam à Previdência 20% sobre a folha de pessoal.
PIB
De olho nas eleições de 2010, Lula deseja terminar 2009 com um PIB positivo. Sindicalistas e empresários alegam que a manutenção da isenção total do IPI daria novos ânimos à economia.
Para Lula, é uma questão de honra evitar "PIB zero" ou PIB negativo. Ele deseja ter discurso contra a oposição para chegar a 2010 com argumentos que lhe permitam defender o seu governo e a eventual candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, ao cargo.
Quando decidiu no início de março que renovaria a prorrogação do IPI, Lula disse a auxiliares que a medida tinha sido uma das de maior sucesso no combate aos efeitos da crise.
A cadeia de produção de veículos emprega muita mão de obra intensiva e é longa. Ou seja, afeta outros setores e gera muitos empregos. Nesse contexto, Lula avalia que a proteção ajuda a dar uma sinalização geral para a economia e evita grande onda de demissões.