O aumento do salário mínimo é notícia boa para muita gente. Mas pode virar dor de cabeça para quem vai financiar a casa própria, pois o governo não reajustou a tabela do programa “Minha casa, minha vida” com base no novo mínimo.
A tabela do programa ainda se baseia no mínimo de R$ 465,00, e prevê três faixas para o financiamento. Quem ganha de até cinco salários mínimo paga juros de 5% ao ano mais TR; de cinco a seis salários, 6% mais TR; e de seis a dez, 8,16% mais TR. Oswaldo José Gomes sabe disso e resolveu adiar o financiamento. Ele quer R$ 100 mil para comprar um imóvel.
Para isso, teria que desembolsar R$ 12 mil de entrada e pagar 300 prestações de R$ 845,00. Mas se o governo atualizar a tabela com o novo mínimo de R$ 510,00 Oswaldo vai para a faixa intermediária: pagaria R$ 5 mil de entrada e a prestação cairia para R$ 720,00. Se isso acontecer, com a redução da entrada, seu Oswaldo teria em mãos R$ 7 mil reais, que já tem destino: móveis para a casa nova.
“Estou buscando informações na Caixa Econômica Federal, apoio de quem está intermediando a compra e aguardando até que a Caixa mude o sistema. Prefiro esperar”, diz Oswaldo. Para um economista, o programa tem que levar em conta o novo valor do salário mínimo.
“A situação pode ser um descompasso entre as regras do salário mínimo e o programa de habitação do governo federal e dá uma dica do que fazer”, afirma Amaryllis Romano. Na noite desta quinta-feira (25), o Ministério das Cidades divulgou nota que diz que estão em análise os valores relativos à faixa de renda em virtude do aumento do salário mínimo. Mas não diz quando isso deve ocorrer.