A partir desta segunda-feira, 23 de julho, uma operadora por estado, a campeã de queixas do consumidores no estado, está impedida pela Anatel de habilitar novas linhas de telefonia celular até aprovação de plano para melhoria dos serviços.
A TIM, a operadora punida no maior número de estados (18, mais o Distrito Federal) ainda tenta uma liminar na Justiça para derrubar a determinação da Anatel. A punição pode levar a operadora a perder a liderança no mercado pré-pago, que pertencia à Vivo até o quarto trimestre de 2011 (veja o gráfico do Teleco). Resultado do lançamento de planos agressivos como o Infinity Pré, internet pré-paga por R$ 1,99, o pré-pago para BlackBerry a R$ 1 por dia e o roaming internacional pré-pago com menor tarifa do mercado.
O problema é que o crescimento vertiginoso foi além da capacidade da rede e também da própria operadora, no atendimento pós-venda. Especialmente a venda feita para a classe C, através do varejo tradicional, um dos segredos da TIM para ampliar a participação de mercado. Os pontos de venda da operadora vão da funerária ao hospital, passando pelos grandes varejistas.
Os mesmos grandes varejistas que hoje se perguntam se essa classe C compreendeu bem as punições da Anatel.
Os consumidores, principalmente da classe C, aproveitaram a guerra de preços das operadoras de telefonia para falar mais ao celular pagando menos.
O temor é o de que esse consumidor menos informado deixe de comprar celulares pré-pagos desbloqueados das operadoras punidas por estar com a falsa impressão de que estão todas proibidas de vender em todos os estados, o que levaria, inicialmente, a uma queda generalizada nas vendas, como a registrada pela Câmara de Dirigentes Lojistas em Porto Alegre (CDL/POA).
Na semana passada, quando vigorou a punição imposta pelo Procon-RS, a venda de chips ficou 60% abaixo do normal. E as vendas de aparelho também foram reduzidas. Por conta disso é esperada um redução de 20% no faturamento mensal das lojas da Tim, Oi, Vivo e Claro em Porto Alegre.
Na sexta-feira (20/7), após um acordo com o Procon-RS, as operadoras gaúchas tiveram suas vendas liberadas, com exceção da OI, impedida pela Anatel. Hoje (23/7), o Procon Porto Alegre realiza uma reunião de avaliação. O órgão irá apurar se as empresas estão cumprindo o acordo, que determina desconto nas faturas devido às quedas na conexão e obrigatoriedade de veiculação de contrapropaganda em rádio, televisão e jornal com informações aos clientes da área de cobertura dos planos de telefonia móvel e internet 3G das empresas.