A produção industrial brasileira teve uma queda de 18,8% em abril do mês anterior, quando a pandemia do coronavírus fechou a maior economia do país, segundo números oficiais divulgados na quarta-feira.
Foi uma queda de 27,2% em relação a abril de 2019, a mais profunda desde 2002, quando a agência oficial de estatísticas IBGE começou a acompanhar a produção industrial.
“Houve queda de dois dígitos de proporções históricas em todas as categorias econômicas e 22 das 26 atividades monitoradas“, disse no relatório o funcionário do IBGE André Macedo.
O Brasil, que surgiu como um dos países mais atingidos pela pandemia, está enfrentando uma dolorosa recessão este ano.
A economia encolheu 1,5% no primeiro trimestre de 2020.
A economia encolheu 1,5% no primeiro trimestre de 2020.
O governo prevê uma contração de 4,7% no ano, mas muitos economistas prevêem que o declínio será ainda pior, estabelecendo um novo recorde anual.
A indústria mais afetada é o setor automotivo, que parou praticamente de crescer. Sua produção encolheu 92,1% no ano, de acordo com o relatório.
“Os números são terríveis, e as perspectivas a curto prazo são sombrias“, escreveu a consultoria financeira Pantheon Macroeconomics em nota.
Outra queda de dois dígitos na produção industrial deve aparecer no mês referente a maio, apesar das tentativas de reabrir alguns setores.
A produção industrial já havia diminuído 9,1% de fevereiro a março, à medida que os efeitos dos coronavírus em casa começaram a ser sentidos.
O desemprego, por sua vez, aumentou acentuadamente: 4,9 milhões de empregos foram perdidos de fevereiro a abril, elevando a taxa de desemprego para 12,6%, disse o IBGE na semana passada.
Os economistas prevêem que a taxa atingirá 18% até o final do ano.
O número de mortes no Brasil pelo novo coronavírus passou da marca de 30 mil na terça-feira para 31.199, com mais de 555 mil infecções confirmadas.
Esse é o segundo maior número de casos do mundo, depois dos Estados Unidos.
Especialistas dizem que as subnotificações significam que os números reais são provavelmente muito mais altos.
O presidente Jair Bolsonaro criticou ferozmente as medidas de isolamento do coronavírus, mesmo quando o número de infecções e mortes continua a subir no Brasil.
Bolsonaro tem estimulado as empresas a fazerem “guerra” contra os governadores estaduais que tomaram medidas de quarentena, argumentando que o “tratamento não pode ser pior do que a doença“.
*As informações são do Jornal do Commercio