Orquestrados por uma temperatura média anual de 34º C e um povo ávido pelo trabalho, os Platôs de Guadalupe continuam a alcançar feitos maiores e que orientam para uma perspectiva futura reluzente. Sob um projeto iniciado no final da década de 80, atualmente os agricultores colhem os frutos da batalha por uma vida mais digna no interior do Estado.
O perímetro irrigado muda a vida dos moradores de Guadalupe e passa a ter um papel primordial na economia do Estado. A propulsão desta ação avivadora vislumbra atingir um mercado consumidor amplo, que tem recursos para investir e demanda a abstração de riquezas para o Piauí.
A produção de diversos gêneros alimentícios ajuda não só a um nicho específico da sociedade, como reflete em uma movimentação de proventos relevantes para o nosso comércio.
Nessa via, a banana protagoniza uma grande parcela das exportações, chegando a desbancar outras importantes mercadorias. A estimativa, segundo o agrônomo e diretor dos Platôs de Guadalupe, Adalberto Marinho Filho, é que sejam produzidas 15 mil toneladas da fruta no perímetro neste ano.
Apesar de uma desaceleração no ritmo de 2012 para 2014, o aumento continua sendo gradual e o sucesso desse manejo ganha destaque e notoriedade fora das fronteiras.
?Houve um aumento significativo de área de banana entre os anos 2008 e 2011, por a área de pequeno produtor (onde está sendo explorada a banana) ser restrita o aumento de área, está em ritmo mais lento de 2012 para cá?, afirma Marinho Filho.
A estabilidade na produção e a garantia de um bom retorno fazem com que o olhar dos trabalhadores se volte em grande parte para a banana. Os riscos são compensados pela maravilhosa estimativa, o primoroso cuidado e a seriedade com que se leva o projeto também possibilita índices positivos.
?A banana se destacou dentro do Projeto de Irrigação pela sua facilidade no manejo cultural, produção constante que garante uma receita frequente e volume para facilitar a manutenção de clientes pela viabilidade do frete da fruta, já que o volume baixo de fruta é um problema dentro do setor quando se trata de pequeno produtor?, revela o diretor.
Implantado à margem do lago da barragem de Boa Esperança, o perímetro irrigado já recebeu R$ 150 milhões do DNOCS (Departamento Nacional de Obras contra as Secas), e receberá mais R$ 200 milhões.
Fora, que recentemente foi aprovada a atuação da iniciativa privada, nesse sentido a expectativa é que o projeto receba cerca de R$ 1 bilhão nos próximos anos. Essa ação é um marco, sendo pioneira no Brasil. A ideia, portanto, é que sirva como um modelo para os perímetros de irrigação em outros Estados do país.
Pará e Maranhão são os principais mercados
Grande parte da produção de banana do perímetro irrigado Platôs de Guadalupe é consumida no próprio Piauí, entretanto alguns Estados da região Norte e Nordeste também representam um forte mercado.
Tudo isso só é possível através da boa qualidade da fruta produzida, essa confiança foi conquistada após muito esmero no trabalho e na excelência de todas as etapas.
"A banana é comercializada para várias cidades do interior do Piauí e Maranhão, mas o nosso principal mercado são os ceasas de Belém-PA e São Luís-MA", orienta Adalberto Marinho Filho.
Atualmente, o Perímetro Irrigado Platôs de Guadalupe, em sua primeira etapa, tem uma área 3.186 hectares pronta e já entregue aos irrigantes. São cerca de 120 irrigantes familiares e seis grupos empresariais. Todos se esforçam plenamente no intuito do sucesso do projeto. Tornando o Piauí referência no Nordeste na produção de banana.
Com todo esse sucesso, o foco já está direcionado para a ampliação dos Platôs de Guadalupe. A segunda fase do projeto, que consiste em 10.500 hectares, está com 60% das obras já executadas, assim serão no total mais de 13.500 hectares de área prontos para irrigação, que beneficiará mais 200 irrigantes familiares e, desse total, cerca de 7.000 hectares serão destinados à produção empresarial. (F.T.)
Estado tem forte potencial produtivo
O perímetro irrigado Platôs de Guadalupe representa um avanço na capacidade produtiva do Estado; porém, essa área pode e deve ser ampliada nos próximos anos.
"O Estado do Piauí tem pouco mais de 2 mil hectares de banana cultivada, na sua maioria cultivo de baixa tecnologia, quando na Bahia a área plantada supera os 60 mil hectares, e estamos próximos a centros urbanos que são grandes consumidores da fruta", afirma Marinho Filho.
É justamente no sentido de explorar essa proximidade que o objetivo é enriquecer cada vez mais a nossa produção, já que não seria inteligente deixar escapar a oportunidade de ampliar a exportação da banana do Piauí para ou-tros Estados do país.
Quanto à valorização da fruta, o agrônomo e diretor dos Platôs de Guadalupe, Adalberto Marinho Filho, orienta para uma elevação e revela que essa tendência vem sendo apontada recentemente.
"O preço da banana tem estado em patamares melhores desde 2012; em 2013, porém, chegou a um preço mais alto, mas por conta da diminuição da oferta da fruta em todo Nordeste, por fatores climáticos (vento e falta de chuva)", completa. (F.T.)