Os preços dos produtos e serviços no comércio tiveram a primeira queda do ano em junho, puxado pelos alimentos mais baratos nas feiras e nos supermercados. A conclusão é de pesquisa realizada pela Fecomercio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo).
No mês passado, o IPV (Índice de Preços no Varejo), medido a partir de pesquisa em 2.000 estabelecimentos comerciais no município de São Paulo, variou -0,06% na comparação com maio, quando o indicador avançou 0,22%. Entre janeiro e junho, os preços aumentaram 1,62%, enquanto nos últimos 12 meses, a alta foi de 1,66%.
Dentre os 21 grupos de despesas analisados, oito diminuíram. Os preços nos supermercados reduziram em 0,71% de maio para junho, puxados pelos preços dos adoçantes (-12,54%), dos tubérculos (-9,22%), dos legumes (-6,71%), do leite (-4,28%) e das aves (-2,56%).
O segmento de feiras registrou retração de 2,94% em junho, com diminuição nos preços de todos os produtos analisados. Verduras (-6,96%), tubérculos (-4,50%), legumes (-3,93%), aves (-2,16%) e ovos (-1,33%) foram os que mais variaram.
Guilherme Dietze, assessor econômico da Fecomercio, diz que as condições climáticas mais favoráveis colaboraram para que os preços dos alimentos in natura (sem processamento industrial) voltem aos níveis normais.
- A maior parte dos preços está sendo realinhada após subirem por conta das instabilidades climáticas do início do ano. É válido ressaltar que a ocorrência de estiagem em algumas regiões produtoras pode perturbar esta tendência de queda nos preços do segmento, principalmente em tubérculos e alguns cereais.
Caíram também os preços do grupo combustíveis e lubrificantes (-1,22% em junho ante a variação de -1,38% em maio) e eletroeletrônicos (-1,03% frente a -1,41% em maio).
O caso dos combustíveis é resultado da safra da cana-de-açúcar e o clima que favoreceu a colheita. Eles ficaram, em média, 1,27% mais baratos. Em seis meses, a queda foi de 3,15%.
No comércio, em geral, os produtos ficaram mais baratos também nas drogarias e perfumarias (-0,16%), nos açougues (-0,22%), nas livrarias (-0,23%) e lojas de CDs (-0,08%).
Aumento de preços
O grupo de veículos teve a terceira alta seguida (1,03%) de maio para junho, com as maiores variações nos valores dos carros novos. O segmento acumula alta de 0,57% no primeiro semestre.
- O fim do benefício fiscal de redução do IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados] e os reajustes sucessivos nas matérias-primas, principalmente aço, são os principais responsáveis por este resultado.
O segmento de Vestuário, Tecidos e Calçados passou de 0,46% em maio para 0,74% em junho. As maiores elevações foram constatadas em calçados e acessórios de vestuário (1,24%), artigos de cama, mesa e banho (1,18%), roupa infantil (0,81%), roupa masculina (0,60%) e roupa feminina (0,42%).
Padarias acusaram incremento de 1,11% em junho. Outros setores que finalizaram junho com preços mais elevados: materiais de construção (1,45%), móveis e decorações (0,82%), floriculturas (6,98%), óticas (1,04%) e eletrodomésticos (0,27%).
Os dados para a composição mensal do IPV levam em conta 21 grupos do varejo e 450 subitens.