Ao contrário da promessa do governo, o preço do óleo diesel praticamente não caiu nas bombas dos postos do país, informa reportagem de Pedro Soares publicada na Folha (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal). Pesquisa da ANP (Agência Nacional do Petróleo) mostra que o diesel baixou só 0,14% entre os dias 7 e 13 deste mês, enquanto os postos ainda não refletiram o corte dos preços nas refinarias da Petrobras.
Na segunda-feira da semana passada, a Petrobras reduziu o preço do diesel (15%) e da gasolina (4,5%) nas refinarias. Na mesma ocasião, o governo elevou a Cide (Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico, tributo incidente sobre os combustíveis), anulando a queda da gasolina e minimizando a do diesel.
O Ministério da Fazenda estimou que o consumidor deverá sentir, no caso do preço do diesel, um recuo de 9,6% nos preços. O repasse só não aconteceu porque tanto distribuidoras como revendedores acumulam estoques formados com os preços antigos e tentam desová-los a um custo mais alto.
Desde a semana passada, o preço do diesel não baixou nem R$ 0,01 sequer nos postos, segundo a ANP. Passou de R$ 2,105 na semana anterior ao ajuste na refinaria para R$ 2,102 na semana passada.
O óleo diesel tem peso pequeno no orçamento das famílias --0,09%, ante 4,1% da gasolina--, mas é a principal fonte de custo dos fretes especialmente de alimentos. Segundo a Associação Brasileira de Logística e Transporte de Carga, mesmo com o corte nos preços a redução do custo dos fretes será quase inexpressiva --de, no máximo, 3% para as distâncias mais longas.