O porcentual de famílias endividadas caiu a 62,7% em fevereiro, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em janeiro, essa fatia era de 63,4%. O resultado, no entanto, é maior do que o verificado em fevereiro de 2013, quando 61,5% das famílias relataram ter dívidas.
Na contramão do endividamento, a inadimplência registrou leve aumento em fevereiro, para 19,7%. Em janeiro, os que tinham dívidas ou contas em atraso eram 19,5%. ?Os gastos extras e os reajustes de preços e tarifas que ocorrem em início de ano podem ter influenciado essa alta?, disse a CNC. Ainda assim, a parcela dos inadimplentes se mantém menor do que em fevereiro do ano passado, de 22,1%.
O destaque da pesquisa, segundo a CNC, foi a constatação de que as famílias brasileiras estão com mais condições de deixar de ser inadimplentes. O porcentual de famílias que não terão condições de quitar seus débitos em atraso atingiu 5,9% neste mês, o menor patamar da série histórica da Peic. Em janeiro deste ano, essa fatia era de 6,5%, e em fevereiro de 2013, de 7%.
Parcela maior da renda. Apesar da queda no porcentual de famílias endividadas, as contas parecem consumir uma fatia maior da renda. Segundo a CNC, na média 30,9% dos rendimentos são destinados a quitar dívidas. Essa parcela era de 29,8% em janeiro e de 29% em fevereiro de 2013.
Há ainda, segundo a CNC, um contingente de 22,5% das famílias endividadas que relatam ter mais da metade da renda comprometida com contas a pagar. O tempo médio de dívida, entretanto, aumentou para 6,9 meses em fevereiro, sendo que 30,3% das famílias dizem ter dívidas por mais de um ano.
O aumento do tempo médio pode ser consequência do aumento em porcentual de dívidas com financiamento imobiliário (de 4,4% em fevereiro de 2013 para 8,1% neste mês) e de automóvel (10,7% para 13,6%, em igual comparação). Perderam espaço o crédito pessoal (11,3% para 9%, na mesma base) e carnês (21,5% para 17,2%).
Menos carros financiados. O número de veículos financiados tem diminuído, o que pode explicar parte da queda do porcentual de famílias endividadas. Nesta semana, o Sistema Nacional de Gravames (SNG), da Cetip, informou que foram realizados 149.189 financiamentos de veículos novos e usados no estado de São Paulo em janeiro,uma queda de 5% na comparação com o mesmo mês do ano anterior (156.733 unidades).
Somente o número de motos financiadas registrou alta. Houve um aumentou de 8% na comparação entre janeiro de 2014 e janeiro de 2013, atingindo 16.742 vendas parceladas.
O órgão fez um vídeo explicando todo o ciclo da operação [assista abaixo]. Atualmente, poucos são os que conseguem pagar um carro à vista, mas, se não há escolha, o melhor é seguir alguns cuidados para não complicara a situação financeira. Veja cinco sugestões na hora de financiar um automóvel:
1) Apesar de não haver uma regra para o financiamento de veículos (no habitacional há o limite de comprometimento de 30% da renda), o ideal é que haja o limite de 30% da renda no crédito global da pessoal. Ou seja, somando as parcelas da casa, automóvel, prestações em lojas e outras, o total não deve ultrapassar esse teto, para que a pessoa não se perca no pagamento.
2) Financie o bem pelo menor tempo possível, utilizando-se de benefícios como o 13º salário e férias para acumular dinheiro e dar um valor maior de entrada. EM geral, recomenda-se que o financiamento de veículos não ultrapasse 36 meses.
3) Negocie os juros. Passe em mais de uma concessionária e banco antes de fechar o negócio. Na prática, não existe financiamento a juro zero, pois no preço final do carro os juros já estão embutidos.
4) Não compre na primeira visita à concessionária. Influenciados pelo lado emocional, muitos podem fazer um mal negócio ao comprar compulsivamente.
5) Além do dinheiro da parcela, inclua na conta mensal de despesas os novos gastos com o carro: seguro e IPVA.