A Polícia Federal informou, na noite desta segunda-feira (4) que instaurou inquérito para apurar uma suposta fraude na gestão do banco Cruzeiro do Sul, com sede no Rio de Janeiro. Em dezembro de 2011, o banco, segundo a PF, teria comprado por R$ 55 milhões o Banco Prosper, que estava descapitalizado e já não operava mais.
O Cruzeiro do Sul teve sua intervenção decretada pelo Banco Central nesta segunda, por meio do chamado Regime de Administração Especial Temporária (Raet), pelo prazo de 180 dias.
Segundo o BC, o regime de intervenção foi decretado em decorrência do "descumprimento de normas aplicáveis ao sistema financeiro e da verificação de insubsistência em itens do ativo".
Por extensão, informou o BC, foi decretado o Raet nas seguintes empresas do grupo Cruzeiro do Sul, pelo mesmo prazo: Cruzeiro do Sul S.A Corretora de Valores e Mercadorias, Cruzeiro do Sul DTVM, e Cruzeiro do Sul S.A. Companhia Securitizadora de Créditos Financeiros.
O Fundo Garantidor de Crédito (FGC) ? entidade privada mantida com recursos dos próprios bancos ? foi nomeado administrador especial temporário da instituição financeira no processo.
Segundo o FGC, o rombo no banco seria em torno de R$ 1,3 bilhão, mas só após a realização de uma auditoria será possível saber "o valor exato do problema".
Futura venda do Cruzeiro do Sul
Segundo o diretor executivo do FGC, Antonio Carlos Bueno, "não há chance" do banco voltar para os antigos controladores e a intenção é vender o Cruzeiro do Sul para investidores interessados.
?O fundo vai aguardar o conhecimento dos números para conhecer o problema na sua plenitude e quanto melhor a foto for, mais vendável fica?, disse Bueno. A perspectiva é que os números exatos sejam conhecidos em cerca de 60 dias.
Bueno afirmou que ?não houve socorro (ao Cruzeiro do Sul) e não haverá?. Segundo ele, o FGC, até agora, já aportou R$ 1,3 bilhão em um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) do Cruzeiro do Sul - de um total de R$ 4,2 bilhões -, mas vê "risco baixíssimo" de perda nesse caso.
"O que queremos é uma saída que não prejudique os outros que ficarão dentro do banco", disse o doretor do FGC. "Estamos trabalhando para dar o menor prejuízo para os credores e a sociedade em geral", completou, garantindo que nenhum compromisso deixará de ser honrado pelo banco durante o período de intervenção.