A Cultura e a Economia Criativa movimentaram R$ 230,14 bilhões em 2020, período que em o segmento tinha 130 mil empresas e empregaram 7,4 milhões de trabalhadores no país. Os dados estão no Observatório Itaú Cultural, que lançou nesta segunda-feira,10, a plataforma de mensuração do PIB da Economia da Cultura e das Indústrias Criativas (ECIC).
“O setor deveria estar inserido em políticos públicas transversais, não apenas associadas aos órgão de Cultura, o que possibilitaria um impacto ainda maior na Economia dos estados”, diz Eduardo Saron, presidente da Fundação Itaú Cultural.
Para apresentar os dados produzidos pelo Observatório , o Itaú reuniu jornalistas de todo o país. O Grupo Meio Norte foi convidado para cobrir o evento, que também incluiu encontro com os gestores estaduais de políticas culturais, disponibilizando os estudos que mensuram a importância da indústria criativa que reúne atividades artesanais, indústria editorial, cinema, rádio e tv moda, música, dança e manifestações folclóricas, serviços de tecnologia da informação dedicados ao campo criativo ,arquitetura e desenvolvimento de software.
O recorte referente aos estados traz informações sobre o impacto das atividades no PIB do Piauí, que é de apenas 0,31%, percentual é o 4º menor do estado. Isso significa que no cálculo do Produto Interno Bruto piauiense, a contribuição da economia cultural e indústria criativa está abaixo da média da região nordeste, que é de 0,5%. O indicador revela a necessidade de politicas mais eficientes que possam inserir esses trabalhadores e empreendimentos na economia estadual. Na região sudeste, a participação chega a 3% do total.
Critérios para formatação dos dados
Para a elaboração dos dados, foram utilizados critérios de renda, o que engloba a massa salarial, massa de lucros e outros rendimentos de empresas e indivíduos que atuam no segmento. A metodologia que levou aos novos indicadores foi desenvolvida por um grupo de pesquisadores liderados por Leandro Vallati, professor e pesquisador da University of Manchester e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul(UFRGS).
“Foi um processo longo e bastante cuidadoso” conta o pesquisador apontando a adoção de pesquisas qualitativas e oficinas que envolveram quatro pesquisadores internacionais e 30 brasileiros que são referências no tema. “Há um grande potencial de desenvolvimento que ainda não está inserido nas políticas públicas”, afirma. Relevante observar que os dados foram resultado de pesquisas do IBGE, que retratam a situação econômica e social do país.
Para se ter uma ideia da magnitude da participação, em 2020 o setor automotivo respondeu por 2,1% do PIB (dado IBGE), um ponto percentual a menos que a cultura e as indústrias criativas no mesmo intervalo. Além disso, a metodologia também aponta que o PIB da economia cultura e da indústria criativa vem crescendo de forma mais acelerada que o total da geração de riqueza no país, nos últimos anos, De 2012 a 2020, o PIB ECIC experimentou um crescimento de 78%,enquanto a economia do país avançou 55%.
“A plataforma traz uma real dimensão da contribuição da cultura e das indústrias criativas para o desenvolvimento do país e traz dados confiáveis para nortear o debate e orientar corretamente as políticas públicas”, finaliza Saron.