Representantes do Governo do Piauí se reuniram com membros do Ministério dos Portos e Aeroportos (MPor) e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), em Brasília, para discutir os próximos passos da gestão compartilhada da Hidrovia do Rio Parnaíba. O encontro foi mais uma etapa do processo que consolida o estado como responsável direto pela administração e operação da via fluvial.
Delegação de responsabilidades
Com a assinatura do convênio entre União e Estado, o Piauí assume oficialmente a competência sobre trechos estratégicos da hidrovia. Isso inclui os atracadouros situados entre os estados do Piauí e Maranhão, como Araioses–Canárias (MA), Ilha Grande–Tatus I e II (PI) e Uruçuí–Forquilha (PI). Ao governo federal, por meio do DNIT e do MPor, caberá acompanhar e fiscalizar a execução do acordo.
“O Estado passa a ter autonomia sobre os serviços, mas sob constante monitoramento técnico dos órgãos federais”, detalharam os participantes da reunião. Entre os compromissos firmados, está a elaboração de planos de supervisão e cronogramas de execução, além da previsão de sanções em caso de descumprimento de obrigações.
Importância estratégica da hidrovia
Com 1.344 quilômetros de extensão navegável, o Vale do Parnaíba conecta os rios Parnaíba e Balsas e é considerado eixo logístico de grande potencial para o escoamento de cargas. A hidrovia é vista como alternativa sustentável e eficiente para o transporte de grãos, especialmente soja, arroz e milho, produzidos no sul piauiense, no sudeste maranhense e em áreas vizinhas.
Visão de futuro
A iniciativa dialoga com as estratégias de desenvolvimento regional e de fortalecimento da infraestrutura logística no interior do país. A gestão estadual da hidrovia pode contribuir para atrair investimentos privados e ampliar a competitividade da produção local no mercado nacional e internacional.
“O diálogo entre as esferas federal e estadual é fundamental para garantir o sucesso da operação e o aproveitamento pleno do potencial hidroviário da região”, afirmaram técnicos envolvidos no processo. A expectativa é que, com a definição dos marcos operacionais, o estado avance para a implementação efetiva dos serviços e melhoria da navegabilidade.
Infraestrutura e integração
Com o novo arranjo institucional, o Piauí dá um passo importante na consolidação de uma política logística voltada ao interior do Nordeste, com foco na integração de modais e valorização do transporte hidroviário como alternativa econômica e ambientalmente viável.