Petrobras quer mais reajustes de combustíveis este ano, diz Foster

Segundo Graça, esse alinhamento é fundamental para a companhia entrar em 2015 em melhores condições do que em 2014.

Graça ao lado de Almir Barbassa (diretor financeiro e de Relações com investidores) e José Carlos Consenza (diretor de Abastecimento) na coletiva para comentar o resultado no primeiro trimestre | Fabio Rossi / Agência O Globo
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A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, disse nesta segunda-feira que a companhia continua lutando por mais reajustes de preços dos combustíveis (gasolina e diesel) este ano para reduzir a defesagem em relação ao mercado internacional. Segundo Graça, esse alinhamento é fundamental para a companhia entrar em 2015 em melhores condições do que em 2014.

Na última sexta-feira, a Petrobras informou queda de 30% no lucro líquido do primeiro trimestre do ano, em relação ao mesmo período do ano passado, ficando em R$ 5,393 bilhões. O resultado é o mais baixo para um primeiro trimestre desde 2007, quando chegou a R$ 4,1 bilhões, de acordo com a consultoria Economatica.

? Nossa conversa com o Conselho é permanente, sistemática e padronizada. Temos desafios de fazer investimentos, controlar o Capex (capital expenditures, ou investimento em bens de capital), e, quando você tem defasagem de preços como nós temos, temos que corrigir. Hoje a orientação do Conselho é não repassar a volatilidade para o mercado e que a gente faça as correções sem repassar essa volatilidade. O real ficou menos depreciado no trimestre, e isso nos trouxe para mais perto da convergência de preços. Mas, enquanto não há paridade plena, nós temos que estar considerando um aumento de preços ? destacou Graça Foster, em apresentação do balanço primeiro trimestre do ano a investidores.

Investimentos fortes e gastos adicionais com a defasagem dos preços dos combustíveis levaram a Petrobras a aumentar seu endividamento. E, com uma captação de R$ 53,9 bilhões no trimestre, o endividamento líquido da companhia subiu 4%, para R$ 229,6 bilhões. A Petrobras admitiu que a relação entre a dívida líquida e a geração de caixa operacional aumentou de 3,52 vezes para quatro vezes ? acima da meta fixada em seu Plano de Negócios, de 3,5 vezes.

Segundo a estatal, o resultado no primeiro trimestre também foi influenciado pelo PDV, que inclui 8,2 mil empregados, ou 12% do efetivo total da companhia, sendo que 55% dos desligamentos devem ocorrer ainda neste ano.

Graça disse que o PDV é oportuno e é uma demanda antiga dos próprios funcionários. Para repor esse funcionários, a executiva disse que serão feitos concursos. Mais da metade dos profissionais que aderiram ao PDV sairão neste ano, e o restante até 2017. Ao todo, cerca de 8,2 mil profissionais deixarão a empresa.

? É um programa que nos motiva, mas nos entristece pela saída de alguns amigos que ajudaram a criar a companhia. 100% da reposição será nas áreas operacionais. O programa é oportuno para atender a redução de custos. Entre 2013 e 2018, vamos economizar custos de R$ 13 bilhões ? disse Graça.

Graça garantiu que a produção de petróleo vai crescer 7,5% neste ano. Ela destacou que a produção atingiu 2,01 milhões de barris de petróleo e gás no primeiro trimestre.

A presidente frisou ainda que estão para entrar em operação novos sistemas de produção, com destaque para a plataforma P-62, no campo de Roncador, na Bacia de Campos, e os novos sistemas na área do pré-sal na Bacia de Santos como Cidade de Ilha Bela e Mangaratiba, entre outras. A Petrobras já interligou neste ano 20 poços dos 65 previstos para 2014, informou Graça.

O diretor de Abastecimento, José Carlos Cosenza, disse a licitação para a construção da refinaria Premium I, no Maranhão, será feita em maio.

? Fizemos simplificações no projeto de instalação, que foram muito importantes ? disse Cosenza, lembrando que a companhia está terminando o projeto básico da refinaria.

Graça disse ainda que a empresa pretende investir US$ 40 bilhões neste ano. Para o próximo ano, haverá continuidade dos investimentos.

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