O problema de caixa do banco Panamericano foi ainda maior do que o rombo bilionário divulgado até agora. Além do buraco de R$ 3,8 bilhões, provocado principalmente por fraudes contábeis, depois que o balanço foi colocado em ordem apareceu um prejuízo de cerca de R$ 500 milhões.
Em números redondos, isso aumentou de R$ 4 bilhões para cerca de R$ 4,3 bilhões a injeção de dinheiro feita para acertar as contas do banco antes da venda do controle para o BTG Pactual, na terça-feira. Os novos números vão aparecer no balanço de 2010 do Panamericano, aguardado para a semana que vem. O rombo de R$ 3,8 bilhões foi coberto pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
Para cobrir os outros R$ 500 milhões de prejuízo, resultantes dos ajustes nas contas do banco, o BTG e o próprio FGC compraram carteiras de crédito do Panamericano.
Com a operação, o banco deverá finalmente fechar o balanço de 2010 com as contas praticamente zeradas. Estima-se que a instituição apresente um patrimônio líquido na casa dos R$ 1,6 bilhão, mesmo valor da época em que a fraude foi descoberta, no ano passado.
Agora propriedade do BTG, que tem o controle, e da Caixa Econômica Federal, que já era sócia de Silvio Santos, o Panamericano vai receber dinheiro novo para operar.
A Caixa comprometeu-se com o BTG a disponibilizar até R$ 10 bilhões em linhas de crédito nos próximos anos, enquanto o BTG deverá colocar outros R$ 4 bilhões.