Os preços das passagens aéreas tiveram forte alta, e a inflação voltou a acelerar em março, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A prévia da inflação oficial ficou em 0,73% no mês ? a maior desde dezembro, quando foi de 0,75%.
No acumulado em 12 meses, o Índice de Preços ao Consumidor - 15 (IPCA-15) ficou em 5,9%. Nessa comparação, a taxa é a maior desde setembro (5,93%). O indicador é considerado uma prévia da inflação oficial do país, o IPCA, usado como base para as metas do governo.
A inflação de março foi pressionada por alimentação e bebidas, que tiveram alta de 1,11%, e pelos transportes, que ficaram, em média, 1,22% mais caros. Juntos, os dois grupos foram responsáveis por 68% do índice do mês.
Entre os transportes, o IBGE destaca a alta de 27,08% nas tarifas aéreas, após queda de 20,36% no mês anterior, e os avanços de 1,51% nas tarifas de ônibus urbano e de 3,89% no etanol. "A alta de 27,08% nas tarifas aéreas as levou à liderança no ranking dos principais impactos no IPCA-15 do mês", diz o IBGE em nota.
Alta de 27,08% nas tarifas aéreas as levou à liderança no ranking dos principais impactos no IPCA-15.
Além dos alimentos e dos transportes, o grupo dos artigos de vestuário também apresentou aceleração na taxa de um mês para o outro, indo de -0,68% para 0,19%. Já os demais grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram variações abaixo daquelas registradas em fevereiro.
Regiões
Dentre os índices regionais, os maiores foram os de Brasília (1,26%) e Rio de Janeiro (1,24%). Em Brasília o destaque foi a alta de 51,65% nas passagens aéreas. A taxa do Rio de Janeiro foi pressionada pelo resultado do ônibus urbano (7,14%), que refletiu o reajuste de 9% em suas tarifas a partir de 8 de fevereiro. Já o menor índice foi o de Recife, onde os alimentos consumidos no domicílio tiveram queda de 0,12% em março.