Quase 1/4 das agências bancárias do País aderiram à greve dos bancários que começou nesta terça. De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), 5.132 agências e centros administrativos de bancos de todo o País fecharam as portas hoje, de um total de aproximadamente 21.714. A Contraf utilizou dados enviados até as 17h30 pelos 137 sindicatos que fazem parte Comando Nacional dos Bancários e não realizou o levantamento do número de trabalhadores mobilizados.
No ano passado, a greve dos bancários paralisou o trabalho de 4.191 agências no primeiro dia. No auge da mobilização de 2011, quase 10 mil agências no País fecharam as portas, de acordo com o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro. "No começo você tem de estruturar o movimento de greve, depois a mobilização vai se espalhando. Mas este ano a greve começou mais forte do que no ano passado", completou.
Em São Paulo, o primeiro dia de greve mobilizou 20.800 bancários em 651 locais, sendo 21 centros administrativos, de acordo com o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. A categoria tem cerca de 500 mil funcionários no País e 138 mil na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região."A greve vai crescendo conforme o passar dos dias. Está semelhante ao que aconteceu no ano passado", disse a presidente do Sindicato, Juvandia Moreira. Ainda de acordo com ela, no ano passado 42 mil bancários da base do sindicato estiveram mobilizados no ápice da greve.
Os banqueiros apresentaram proposta de reajuste linear para salários, pisos e benefícios de 6%. A proposta passa longe da reivindicação dos trabalhadores que pedem 10,25%, sendo 5% de aumento real. Antes de iniciar a greve, os bancários realizaram duas assembleias gerais, no dia 12 e no dia 17. "Os banqueiros ignoraram a carta que nós mandamos e em nenhum momento apresentaram nova proposta. Sem proposta decente ou negociação marcada, não tivemos outra alternativa", disse Cordeiro, explicando que os bancos "tiveram tempo para negociar".
A Federação Nacional de Bancos (Fenaban) não quis comentar o primeiro dia da greve dos bancários. Em entrevista ontem à Agência Estado, o diretor de Relações de Trabalho da Fenaban, Magnus Ribas Apostólico, disse que a instituição estava disposta a negociar, mas não poderia dar "grandes saltos", considerando a instabilidade econômica de 2012.