A opala, um minério encontrado com alta qualidade apenas em dois lugares do mundo, Pedro II, no Piauí, e na Austrália, já tem forte influência na criação de empresas no Estado que empregam diretamente cerca de 1.500 pessoas só na cidade piauiense onde é extraído. A iniciativa se ramificou e está presente em Teresina com várias filiais que vendem diversos tipos de joias e têm clientes cativos de alguns países.
Com tanta beleza da opala, os empresários apostam no setor e desenvolvem um processo que envolve desde as escavações até a delicada forma de lapidação. Maria Alves, por exemplo, é dona de uma loja em Pedro II que trabalha com a lapidação e ourivesaria da pedra. O primeiro processo refere-se ao ato de lapidar a pedra bruta, que vem direto das jazidas para lhe dar forma. Já o segundo acontece quando os ourives colocam o metal na pedra lapidada.
Na cidade de Pedro II, Maria acompanha a parte de lapidação da pedra e fabricação da joia. Mas tudo não acontece apenas lá. A empresária também possui uma vitrine em uma associação inserida no Centro de Artesanato Mestre De-zinho, em Teresina, onde as peças são vendidas. Além disso, a empresária Maria Alves ainda fornece as joias para duas lojas do Centro de Artesanato.
“Eu venho toda sexta para limpar as peças, ver o que precisa e ainda fazer entregas de peças encomendadas durante a semana. Somos os pioneiros lá em Pedro II e já faz 12 anos que trabalhamos com a pedra opala”, acrescenta a empresária afirmando ainda que na cidade ao norte de Teresina a empresa é composta por uma loja e oficina.
Quatro pessoas trabalham no processo de fabricação (lapidação e ourivesação) e duas nas vendas, incluindo Maria.
Ela falou também sobre a renda advinda da comercialização da opala. “O faturamento é bom. Mas no momento estamos em crise, assim como o Brasil todo. Mas dá para viver. As pedras são muito bem vistas pelas pessoas”.
Por falar na procura, esta acontece, em Pedro II, por parte dos estrangeiros, principalmente alemães, e em grande parte nos meses de janeiro e julho. Já em relação aos brasileiros, além das vendas nos meses de férias, o Festival de Inverno da cidade também aumenta a procura. Porém, Maria acredita que a valorização das peças deveria ser maior ainda. “A procura tem aumentado, as pessoas estão conhecendo mais, porém deve haver mais divulgação, pois ainda tem muitos que não conhecem a pedra”.
Atividade mantém o processo manual
Mesmo com as inúmeras inovações tecnológicas que são apresentadas todos os dias para melhorar a vida dos trabalhadores, no caso do processo de lapidação, este não mudou ao longo desses anos. Os avanços tecnológicos não se encaixam neste trabalho. O que ainda prevalece é o processo manual. “É a mesma técnica do começo. É tudo feito de forma manual, artesanal. Não há essa necessidade de tecnologias”, explica a empresária do setor, Maria Alves.
Quanto aos produtos que podem ser desenvolvidos e comercializados pela pedra opala, há uma variedade como anéis, brincos, pingentes e pulseiras. As peças produzidas pela empresa de Maria Alves possuem preços que variam de R$ 45,0 a R$ 5.000, de acordo com o design e, principalmente, com a pedra, já que há diversos tipos.
Eles trabalham com a opala mosaico (uma junção de várias opalas de coloração azul que são colocadas em um pedaço de rocha – diabásio - e depois fixadas no metal), a opala extra (que custa três vezes mais do que o valor do ouro), opala leitosa (branca) e a opala dublê (lâminas de opalas que são colocadas no pedaço de diabásio e depois fixadas no metal). Todas saem do processo de fabricação com um número e o nome da empresa carimbados em prata.
Existem basicamente três tipos de opala: a negra, de cor preta; a opala de fogo, de cor vermelha; e a opala nobre, considerada extra, com sete cores. A opala é a “pedra da lua”, por apresentar a cor do satélite terrestre. Hoje, várias empresas do Piauí foram criadas por causa da exploração deste minério muito importante que é encontrado apenas no Piauí e na Austrália.
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