Obama afirma que quebra da GM teria sido um desastre

Montadora receberá mais de US$ 30,1 bilhões do governo dos EUA

Barack Obama | Divulgação
Siga-nos no Seguir MeioNews no Google News

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez nesta segunda-feira (1º) um pronunciamento sobre o pedido de proteção pela lei de falências feito pela montadora General Motors, na maior concordata da história da indústria norte-americana.

Segundo Obama, o colapso da General Motors e da Chrysler teria causado um dano enorme à economia americana, ao fundamentar sua decisão de resgatar essas empresas emblemáticas, por meio de um processo de quebra e reestruturação.

"Num momento em que estamos no centro de uma recessão e de uma crise financeira profunda, a ruína destas empresas teria um efeito devastador para inúmeros americanos, além de causar prejuízos enormes a nossa economia, não só na indústria automobilística", afirmou Obama em discurso na Casa Branca, nesta segunda-feira, após a General Motors declarar a concordata.

De acordo com o presidente, o plano de reestruturação elaborado pela General Motors e sua declaração de concordata é "viável e realista". O governo norte-americano pretende vender as ações da General Motors assim que a empresa retomar a lucratividade.

Obama disse ainda que espera que nos próximos dias a Chrysler saia do período de concordata iniciado em 30 de abril.

Após o pronunciamento de Obama, o presidente da GM, Fritz Henderson, afirmou que espera que a empresa saia da concordata entre 60 a 90 dias. Henderson assegurou que o pedido "não terá nenhum impacto na Europa, América do Sul e Ásia, e que a GM continuará operando sem interrupções".

O pedido de concordata

A General Motors pediu proteção do Capítulo 11 da Lei de Falências norte-americana para garantir a sobrevivência de suas operações. O Tribunal de Falências de Nova York confirmou o pedido realizado na manhã desta segunda-feira.

Com a concordata, a GM receberá mais de US$ 30,1 bilhões em ajuda do governo dos Estados Unidos, que terá 60% do capital da empresa. No total, a administração norte-americana irá injetar na companhia US$ 50 bilhões, sendo que US$ 20 bilhões já foram liberados, quando a indústria automobilística local pediu ajuda financeira para fugir da falência.

O montante será reforçado por US$ 9,5 bilhões dos governos do Canadá e da província de Ontário, que ficarão com 12% das ações. O fundo de previdência dos funcionários da GM assumirá 17,5% do pacote acionário. Outros 10% ficarão nas mãos dos antigos credores proprietários de obrigações não garantias que aceitaram o plano de reestruturação.

O processo de concordata durará entre 60 e 90 dias e resultará no fechamento de 11 fábricas. A empresa pretende eliminar também 2,1 mil concessionárias até o fim do próximo ano. Dentro do processo de reestruturação a GM vendeu a marca Hummer, mas o comprador até agora não foi divulgado. Já a Pontiac foi fechada e o mesmo deve acontecer com as marcas Saturn e Saab.

Ao final da reestruturação, a GM terá 33 plantas nos Estados Unidos, menos do que as 47 que possuía em 2008. A companhia cortará mais de 21 mil funcionários até 2011.

Chrysler

Em um sinal de progresso no esforço do governo, um juiz de falências aprovou a venda de praticamente todos os ativos da Chrysler para um grupo liderado pela italiana Fiat. A recuperação judicial da Chrysler, também financiada pelo Tesouro norte-americano, era vista como um teste para uma reorganização da GM, que é muito maior e complexa que a da rival.

Sacrifícios compartilhados

- A GM deverá de manter rentável com 10 milhões de veículos vendidos nos Estados Unidos por ano. Até o momento, seu ponto de equilíbrio era uma venda anual de 16 milhões de veículos;

- O sindicato dos trabalhadores do setor automotivo (UAW) fez concessões importantes nos salários e na cobertura de saúde para os seus aposentados;

- Os credores aceitaram trocar os US$ 27,1 bilhões de dólares de dívidas por 10% das ações da nova empresa;

- A GM vai fechar 11 fábricas e interromper a produção em outras três, mas ainda não foram especificadas quais.

A criação da Nova GM

- O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos vai liberar US$ 30,1 bilhões para ajudar a GM durante a sua reestruturação. Em troca, o governo norte-americano terá 60% do controle acionário da nova sociedade;

- O Canadá e a província de Ontário (onde a GM tem várias fábricas) vão desembolsar US$ 9,5 bilhões e receberão 12% das ações;

- A nova GM vai criar um fundo encarregado de financiar a cobertura dos planos de saúde dos aposentados. Este fundo contará com 17,5% do capital acionário e recebirá bônus que lhe permitirão adquirir mais 2,5%;

- A nova GM terá muito menos dívidas e um balanço de capital que lhe permitirá reinvestir em suas atividades;

- A nova empresa vai desenvolver carros compactos e menos poluentes

A gestão do governo dos EUA

- O governo norte-americano declarou que não deseja contar com a participação do capital acionário da empresa mais tempo do que o necessário;

- O governo não vai interferir na gestão da empresa.

As garantias

- A GM continuará honrando as garantias oferecidas aos consumidores que compraram seus automóveis.

O processo de reestruturação

- Durante a sua reestruturação a GM funcionará normalmente

Veja Também
Tópicos
SEÇÕES