No sufoco. Foi assim que o Brasil conseguiu vaga na final da Copa das Confederações. A vitória suada sobre a África do Sul, por 1 a 0, nesta quinta-feira, foi conquistada apenas aos 42min do segundo tempo, graças ao gol de falta de Daniel Alves. Saiu do banco para jogar improvisado na lateral esquerda e decidir a parada.
A Seleção até chegou a passar sufoco contra os donos da casa, apoiados pela maioria dos 48.049 torcedores no estádio Eliis Park, em Johannesburgo. Mas fez o que precisava para avançar à final. Um golzinho.
A decisão será contra a grande zebra da competição, os Estados Unidos. Os norte-americanos desbancaram na outra semifinal a favorita Espanha. Brasil e EUA já se enfrentaram na primeira fase do torneio. Vitória verde-e-amarela sem qualquer dificuldade, 3 a 0.
O técnico brasileiro Joel Santana até surpreendeu. No duelo tático com Dunga, foi melhor. Com um material humano muito inferior, conseguiu fazer um jogo parelho. Os Bafana Bafana defenderam e atacaram bem. A Seleção também criou, claro, mas com muita dificuldade diante do congestionamento armado pelos sul-africanos.
A torcida sul-africana fez sua parte. Apoiou o time o tempo todo. Soprou com toda força as tradicionais cornetas, chamadas de vuvuzelas. O Brasil suportou bem. E saiu com a sétima vitória seguida, contando com os jogos das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010.
Como foi o jogo
Joel Santana afirmou um dia antes da partida que não jogaria na retranca. E não o fez. Sem a bola, montou uma defesa compacta, que deu poucos espaços ao trio ofensivo brasileiro formado por Kaká, Robinho e Luís Fabiano.
As duas melhores chances da Seleção na etapa inicial saíram dos pés do craque do Real Madrid, sempre em jogadas individuais. Na primeira, ele limpou o zagueiro e chutou para fora. Na segunda, finalizou forte para a defesa do bom goleiro Khune.
Os sul-africanos, empurrados pela torcida e pelo barulho das ¿vuvuzelas¿, atacaram sempre em massa, com até seis jogadores. E levaram bastante perigo ao goleiro Júlio César. A cada chance desperdiçada, Joel Santana se desesperava no banco de reservas.
Mokoena, de cabeça, teve a melhor delas, mas a bola saiu por cima da trave brasileira. Em cobrança de falta, Tshabalala obrigou Júlio César a fazer boa defesa, espalmando para escanteio. E no final do primeiro tempo, Pienaar chutou forte para fora, assustando o camisa 1.
No primeiro lance da segunda etapa, Robinho bateu por cima do gol. Na seqüência, Kaká arrancou pela esquerda e quase achou Luís Fabiano sozinho na área. E parou por aí. A África do Sul começou a ter mais o controle da bola e a prendia sempre no campo de ataque.
Aos 12 minutos, Modise recebeu de Pienaar e chutou forte. A bola desviou em Luisão e enganou Júlio César, mas o goleiro se recuperou e fez ótima defesa, dando um tapa para a linha de fundo. A torcida, então, começou a empurrar mais.
Aos 36 minutos, Dunga sacou André Santos e colocou Daniel Alves na lateral-esquerda. Seis minutos depois, o jogador do Barcelona bateu falta com perfeição e garantiu a classificação brasileira para a final.