A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (27) que não há a ?menor hipótese? de o ministro da Fazenda, Guido Mantega, deixar o governo.
Em café da manhã com jornalistas, no qual também abordou uma medida provisória que será editada para garantir verbas do Orçamento de 2013 e o apagão no Aeroporto do Galeão, no Rio, a presidente voltou a afirmar que espera um crescimento econômico ?sistemático e sustentável? para 2013.
Perguntada sobre críticas feitas por publicações nacionais e internacionais sobre a atuação de Mantega à frente da economia, Dilma respondeu:
?Tem hora que a gente não pode querer que todos gostem da gente. Uns podem querer fazer isso, acontece que eu não quero, então fica difícil posto que sou eu que decido, o Mantega não tem a menor hipótese de sair do meu governo, a não ser que ele queira?, declarou a presidente.
?Tem hora que a gente não é muito popular em alguns meios. Você é popular em alguns meios, e não é em outros meios. Eu fico feliz de ser popular junto ao povo?, afirmou.
Dilma respondeu de forma bem humorada à sátira publicada nesta quarta-feira (27) pelo blog ?beyondbrics?, do jornal britânico ?Financial Times?. A publicação fez piada com a economia brasileira e comparou a presidente Dilma à ?rena do nariz vermelho?, personagem de histórias tradicionais de Natal. O ministro Mantega foi chamado de ?duende vidente?.
?A rena é bem engraçadinha, não se incomodem?, afirmou a presidente quando questionada sobre a sátira. ?Achei estranho ser uma rena, eu podia ser um elfo?, completou.
No início do mês, Dilma afirmou que o Brasil não aceitaria "de maneira alguma" a sugestão da revista britânica "The Economist" para demitir o ministro da Fazenda.
Crescimento econômico
A presidente afirmou que, em 2013, fará ?o possível e o impossível? para que o crescimento da economia brasileira seja ?o maior possível?, sem citar previsões de números.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a economia brasileira cresceu 0,6% no terceiro trimestre deste ano, na comparação com os três meses anteriores. O resultado do trimestre veio bem abaixo do esperado pelo mercado e pelo governo. A previsão dos analistas era de alta de cerca de 1% na comparação trimestral e do ministro da Fazenda, de 1,2%.
?O Brasil tem de ter crescimento sustentável, contínuo e um grau de sustentação interna muito alto?. A presidente citou medidas do governo de estímulo à economia para dizer que 2012 foi o ?ano da competitividade?.
Entre as medidas, Dilma falou sobre a redução da taxa de juros. Para a presidente, ?o preço de ser a jabuticaba é muito elevado?, em referência à discrepância da taxa praticada no Brasil em relação ao exterior. A presidente citou ainda a importância de o Brasil ter atingido um ?câmbio mais realista? e de ter reduzido encargos da folha de pagamento de diversos setores.
Para a presidente, o Brasil precisa de uma mudança tributária estrutural para atingir uma carga de impostos ?mais racional?. ?Não vou chamar de reforma [tributária], porque nem sempre conseguimos os consensos políticos necessários?, afirmou.
Dilma disse ainda que ?tem que virar uma obsessão do governo investir em infraestrutura?. Ela citou os gargalos nessa área, como falta de aeroportos regionais, de ferrovias e de portos. Questionada se o mais importante seria investimento em energia ou em estradas, a presidente
afirmou: ?Todas as escolhas são de Sofia. Tudo é essencial?.
A presidente cobrou dos bancos privados maior participação no financiamento do investimento. ?Não há na história nenhum projeto de infraestrutura em logística sem que os recursos de financiamentos fossem expressivos, por isso precisamos que nossos bancos privados participem?.
?Hoje todo peso de financiamento sai do BNDES?, afirmou. ?É necessário uma participação maior do setor privado?.