A taxa de juros das operações dos bancos no cheque especial para pessoas físicas subiu em março, atingindo 185% ao ano, na contramão do corte das taxas médias das instituições financeiras, segundo números divulgados nesta quarta-feira (25) pelo Banco Central. Em fevereiro, os juros do cheque especial estavam em 182,8% ao ano.
Com isso, os juros do cheque especial ainda permanecem extremamente elevados se comparados com outras linhas de crédito. A taxa de juros do crédito pessoal, por exemplo, somou 48,8% ao ano em março, com queda de 1,8 ponto percentual frente a fevereiro deste ano (50,6% ao ano). Para aquisição de veículos por pessoas físicas, a taxa também caiu em março, atingindo 26,5% ao ano, contra 27% ao ano em fevereiro de 2012.
Spread do cheque especial
No caso do "spread" do cheque especial das pessoas físicas, que é a diferença entre o que o banco "paga" para captar dinheiro e o que ele "recebe" pelos empréstimos, o valor ficou em 176 pontos percentuais em março deste ano. Ou seja, o banco capta recursos no mercado pagando cerca de 9% ao ano e empresta, no cheque especial, a 185% ao ano.
Além do lucro dos bancos, o spread também é composto pela taxa de inadimplência, por custos administrativos, pelos depósitos compulsórios e pelos tributos cobrados pelo governo federal, entre outros.
Linhas de crédito para empresas
No caso das linhas de crédito bancárias destinadas às empresas, a taxa do desconto de duplicatas somou 40% ao ano em março, com queda de 2,6 pontos percentuais frente a fevereiro (42,6% ao ano). Para capital de giro, a taxa média de juros das instituições financeiras somou 25,2% ao ano em março, contra 26,1% ao ano em fevereiro deste ano.