Financiar a compra da casa própria pode ser uma boa opção para o comprador, desde que tudo seja bem planejado. Redução dos juros, prazos mais longos (já chegam a 35 anos), aumento no número de empréstimos e estabilidade da economia compõem um bom cenário para investir no longo prazo.
Os juros do financiamento habitacional variam, em média de 8% a 10% ao ano para imóveis de até R$ 500 mil. Para imóveis acima desse valor, as taxas vão de 9,5% a 11% ao ano. Isso ocorre devido às ações do governo federal para reduzir os juros e à disputa dos bancos por clientes.
No site do Banco Central, é possível comparar os juros cobrados pelos bancos para imóveis até R$ 500 mil.
Os economistas recomendam financiar o valor mínimo para pagar menos juros. O melhor negócio é dar uma boa entrada no financiamento. Juntar no mínimo 30% do valor do imóvel é uma boa opção para quem pode esperar. Os bancos exigem pelo menos 20% se o imóvel for usado.
"Se o valor do financiamento é menor, o consumidor vai pagar menos juros e em um prazo menor", explica o economista Miguel de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).
Juros estão mais baixos, e clientes podem ter vantagens nos bancos
A disputa pelo consumidor faz com que os bancos reduzam as taxas para quem é cliente e os juros podem cair ainda mais. É a chamada fidelização bancária e que pode ajudar o cliente na hora de negociar os juros.
"Estamos vivendo um momento ímpar em relação à história do financiamento imobiliário no Brasil. São os juros mais baixos da história do país para este tipo de crédito. É um bom momento para assumir este tipo de dívida", afirma o coordenador do Núcleo de Mercado Imobiliário (Real State) da Poli-USP, João da Rocha Lima Júnior.
Apesar do otimismo, a recomendação é de que a busca pelo crédito imobiliário seja planejada e segura. O financiamento é um compromisso de muitos anos e o consumidor vai precisar ter saúde financeira -estabilidade no emprego e perspectiva de ganhar mais ao longo do tempo, pois o dinheiro da família vai ficar imobilizado, na maioria dos casos, por cerca de 30 anos.
Professor economiza para comprar casa própria
Há um ano, quando Mariana nasceu, o professor Robson Leandro da Silva, 38 anos, decidiu que era hora de comprar a casa própria. Ele ainda vive no apartamento que foi dos pais na zona leste de São Paulo. "Quero um cantinho para a minha filha, para a minha família", afirma.
Robson procura um imóvel de dois dormitórios até R$ 200 mil na zona sul da capital. Novo ou usado, a escolha vai depender de uma oferta que se encaixe no perfil da família. Ele guardou dinheiro nos últimos anos para concretizar o sonho da maioria dos brasileiros.
"Meu plano inicial é tentar financiar o mínimo possível. Por enquanto, eu consigo esperar. Por isso me planejei para atingir esse objetivo até o ano que vem", disse.