O ministro da Fazenda, Guido Mantega, avalia que nem todas as economias conseguirão seguir os planos traçados no comunicado da reunião G20 (grupo dos países desenvolvidos e emergentes).
Dentre as resoluções, estão a redução dos saldos negativos fiscais pela metade, sem desestímulo ao crescimento, até 2013 e a estabilização ou redução da relação entre dívida e PIB (Produto Interno Bruto, que é a soma de todas as riquezas do país) até 2016.
- Alguns países terão dificuldade e outros conseguirão. Por exemplo, a Alemanha consegue. A França também deve conseguir. Só não vou citar os que acho que não conseguem.
Segundo o ministro, a posição dos países emergentes no G20 foi contemplada no comunicado sobre o acordo.
- Diria que a posição dos emergentes está contemplada no comunicado, porque nós estávamos querendo enfatizar a necessidade de continuar com a recuperação mundial, ressaltando a consolidação do crescimento. Isso foi aprovado no comunicado por todos, com forte apoio dos EUA, dos emergentes. Eu diria que os demais países avançados também concordaram com isso. Então, essa posição nós vencemos e os países vão continuar estimulando a recuperação.
O documento aponta que os países "com sérios desafios fiscais precisam acelerar o ritmo de consolidação (fiscal)".
A exceção no compromisso foi o Japão, pois o G20 entendeu que seria difícil o país cumprir a meta, dado o elevado déficit do país. Mantega disse que o G20 reconheceu que a política de consolidação fiscal não deve ser "hostil ao crescimento".
Em entrevista concedida no sábado (26), Mantega afirmou que os países europeus não podiam fazer contenção fiscal "às custas do Brasil" e que os emergentes não podiam carregar os países ricos "nas costas". Neste domingo, o ministro foi um pouco mais contido nas palavras.