A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta segunda (19), durante seminário promovido pelos jornais "El Pais" e "Valor Econômico", em Madri, as ações adotadas pelo Brasil para amenizar os efeitos da crise financeira global no país.
Segundo Dilma, a solução para a saída da crise passa pela combinação de responsabilidade fiscal e crescimento econômico. A presidente encerra nesta segunda a viagem de quatro dias à Espanha para participar com outros chefes de Estado da Cúpula Ibero-Americana.
"Meu país tem feito a sua parte. Nós também fomos impactados pela crise, como todos os outros. Mas estamos mantendo o nível de emprego em patamares extremamente elevados, estamos reduzindo a desigualdade e ampliando a renda. [...] Superamos a visão incorreta que contrapõe medidas de crescimento e de responsabilidade fiscal. Esse é um falso dilema. A história revela que austeridade, quando exagerada, derrota a si mesma", afirmou a presidente para uma plateia que incluia empresários.
Dilma citou exemplos de ações de política econômica tomadas pelo governo brasileiro nos últimos anos como exemplos de superação da crise.
"Ao mesmo tempo que observamos um estrito controle das contas públicas, aumentamos os investimentos em educação e infraestrutura. Reduzimos a carga tributária, controlamos a inflação. Há momentos em que não podemos escolher entre uma ou outra. Por isso, defendemos que as regiões em crise adotem estratégia que amplie espaço para estímulos econômicos. Defendemos medidas anticíclicas, principalmente em países superavitários, que devem investir mais, importar mais, consumir mais", disse.
A presidente ainda criticou a estratégia, usada por alguns países, de desvalorizar sua moedas para se tornarem mais competitivos. "Temo sistematicamente o uso abusivo de políticas monetárias expansionistas que desvalorizam artificialmente as moedas dos países desenvolvidos e se tornam hoje no mundo o principal instrumento de protceonismo", afirmou Dilma.
Para a presidente, o surgimento de um mundo equilibrado entre diversas lideranças, "exige que sejamos mais enfáticos na defesa do multitlateralismo. O multilateralismo fortalece nossa defesa dos direitos humanos. Da mesma forma, nos conduz a dar a maior importância às questões relacionadas ao meio ambiente e desenvolvimento sustentável", disse Dilma. "O Brasil acredita no mundo que busca o multilateralismo. Acredito que a cooperação é elemento de combate à crise."