Bancos públicos e privados anunciaram redução nas taxas de algumas modalidades de crédito, especialmente no financiamento de veículos e no empréstimo com desconto em folha, mas isso não significa que todos os clientes terão taxas menores a partir de agora.
Para conseguir taxas de juros e pacotes de tarifas melhores, é preciso fazer cotações e simulações em outros bancos para negociar com seu gerente. Se não conseguir vantagens, existe sempre a opção de "refinanciar" uma dívida antiga em outra instituição financeira que ofereça taxas e condições melhores.
Desde 2008, o cliente tem a possibilidade de fazer a "portabilidade" de sua dívida, mecanismo que permite levantar dinheiro em um banco para quitar uma dívida mais cara em outra instituição, sem pagar tarifa. Nesse caso, o próprio banco quita a dívida antiga, oferecendo juros menores.
O instrumento, no entanto, é burocrático, pouco utilizado e alvo das maiores reclamações dos clientes nas ouvidorias das instituições financeiras e no Banco Central.
"Muitos clientes nem sabem que têm essa possibilidade. A portabilidade existe, mas ainda é muito pouco usada. A campanha da Caixa e do Banco do Brasil ajuda a estimular a portabilidade", disse Maria Inês Dolci, coordenadora da Proteste.
ENDIVIDAMENTO
Segundo Luiz Calado, economista especializado em bancos, o ambiente atual, movido a sucessivos anúncios de reduções nos juros, "convida o brasileiro a se endividar" ainda mais.
A primeira orientação é usar crédito com mais prudência para não ficar superendividado. Um modo fácil de perceber se está acima dos limites é analisar se o seu orçamento já está comprometido com prestações de imóvel, carro, compras parceladas, a ponto de fazer com que você não consiga pagar o total da fatura do cartão de crédito. "Outro indicador é o uso frequente do limite do cheque especial", afirma.
Para Calado, a melhor forma de o consumidor tirar vantagem do cenário atual de redução nos juros é trocar dívida mais cara por outra com taxa menor, como o crédito consignado, mesmo sem mudar de banco.