Mercado reduz de novo previsão de juros

Expectativa acompanha novas reduções nas expectativas de inflação para este ano

|
Siga-nos no Seguir MeioNews no Google News

Os analistas do mercado financeiro reduziram mais uma vez a previsão para a taxa Selic - a taxa básica de juros da economia brasileira - em 2010 para 11,5% ao ano, contra 11,75% previstos na semana passada. Os dados foram apresentados nesta segunda-feira (2) no relatório Focus, documento semanal elaborado pelo Banco Central a partir de consultas a economistas e especialistas.

A previsão é acompanhada de uma revisão para baixo nas expectativas sobre os principais indicadores de inflação - com exceção do IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna), apurado pela FGV (Fundação Getulio Vargas) e usado para medir a evolução geral de preços na economia, sinalizando uma média da inflação nacional - embora não seja mais usada para reajustar a tarifa de telefone, ainda é referência para correções das dívidas dos Estados com a União.

No mês passado o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central aumentou a Selic de 10,25% para 10,75% ao ano - ou seja, em 0,50 p.p. (ponto percentual), terceira elevação consecutiva.

A Selic é chamada de taxa básica porque é a mais baixa da economia e funciona como um piso para a formação dos demais juros cobrados no mercado, que são influenciados também por outros fatores, como o risco de quem pegou o dinheiro emprestado não pagar a dívida.

O BC eleva os juros para evitar aumentos nos preços dos produtos e deixar a inflação próxima da meta central fixada pelo governo, que é de 4,5% para 2010. Com juros mais altos, a tendência é que as pessoas passem a comprar menos e pegar menos empréstimos, o que ajuda a segurar a inflação.

Para o consumidor, o impacto mais direto de um aumento da taxa básica é o encarecimento dos empréstimos e dos juros cobrados pelos bancos e comércio nas diferentes modalidades de financiamentos.

Inflação

Para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) - índice que o BC usa para controlar a meta de inflação -, a estimativa hoje é de 5,27%, abaixo do 5,35% na edição anterior. O dado, no entanto, está muito acima do centro da meta estabelecida pelo banco, de 4,5%.

O IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado), que é usado no reajuste de contratos de aluguel, por sua vez, deve ficar em 8,47%, abaixo dos 8,57% vistos na semana passada. O IGP-DI deve subir 8,36. O IPC (Índice de Preços as Consumidor) da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), por sua vez, deve ficar em 5,12% neste ano, abaixo do 5,15% visto no boletim anterior.

Para o PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas por um país), a estimativa foi mantida em 7,20% - mesma previsão das cinco últimas edições do boletim.

Veja Também
Tópicos
SEÇÕES