Mercado prevê mais inflação e aumento maior dos juros

Estimativa para o IPCA de 2011 avançou para 5,20% na semana passada.

Ilustração. | Divulgação
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O mercado financeiro voltou a subir, na última semana, a sua estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano, que avançou de 5,58% para 5,72%, informou nesta segunda-feira (29) o Banco Central, por meio do relatório de mercado, também conhecido como Focus.

Essa foi a décima primeira semana seguida de aumento da previsão. Ao mesmo tempo, a expectativa dos analistas para o IPCA de 2011 avançou de 5,15% para 5,20% no terceiro crescimento consecutivo da estimativa.

No Brasil, vigora o sistema de metas de inflação, pelo qual o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas. Para 2010 e 2011, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.

Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. Com isso, as estimativas do mercado estão acima da meta central para os dois anos, mas dentro do intervalo de tolerância de dois pontos percentuais.

Taxa de juros

Após manter os juros estáveis em 10,75% ao ano em outubro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central também não deve mexer na taxa básica em dezembro deste ano, na última reunião de Henrique Meirelles no comando da autoridade monetária, segundo expectativa dos analistas do mercado financeiro. Meirelles já anunciou que está deixando o comando do BC no fim deste ano e será substituído por Alexandre Tombini, atual diretor de Normas da autoridade monetária.

Se a expectativa dos economistas é de que o atual comandante do BC não precisará subir os juros em sua última reunião do Copom, a previsão também é de que o novo presidente da autoridade monetária, Alexandre Tombini, que assume no começo do próximo ano, precisará subir mais os juros, em relação ao que estava previsto antes.

A previsão do mercado é de que os juros atinjam 12,25% ao ano no fim de 2011, um crescimento de 1,5 ponto percentual em relação ao atual patamar. Na semana retrasada, o mercado acreditava que os juros terminariam 2011 em 12% ao ano. A estimativa é de que os aumentos comecem em abril do próximo ano.

Crescimento econômico

O mercado financeiro baixou, na semana passada, a sua estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2010 de 7,60% para 7,55%. Se confirmada, será a maior expansão desde 1985 (7,85%). Para 2011, a previsão do mercado de crescimento da economia brasileira foi mantida em 4,5%.

Taxa de câmbio

Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2010 foi mantida estável em R$ 1,70 por dólar. Para o fechamento de 2011, a previsão dos analistas para a taxa de câmbio permaneceu em R$ 1,75 por dólar.

Balança comercial

A projeção dos economistas do mercado financeiro para o superávit da balança comercial (exportações menos importações) em 2010 subiu de US$ 16 bilhões para US$ 16,3 bilhões na semana passada.

Para 2011, o BC revelou nesta terça-feira que a previsão dos economistas para o saldo da balança comercial avançou de US$ 8 bilhões para US$ 8,5 bilhões de superávit.

No caso dos investimentos estrangeiros diretos, a expectativa do mercado para o ingresso de 2010 foi mantida em US$ 30 bilhões. Para 2011, a projeção de entrada de investimentos no Brasil permaneceu em US$ 36 bilhões.

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