Francy Teixeira, MEIONORTE.com
O potencial energético do Piauí segue no radar de todo o mundo. Em tal âmbito, há uma grande expectativa pela Petrobras e a TotalEnergies de que o Governo do presidente Lula (PT) realize o primeiro leilão de áreas para geração de energia eólica offshore em 2024. A posição foi viabilizada durante evento da Câmara de Comércio Brasil-Texas, em Houston, nos Texas (EUA), em entrevista à Agência epbr, especializada no setor.
A tendência foi compartilhada pela gerente sênior responsável pelo desenvolvimento de negócios de energia eólica offshore da TotalEnergies no Brasil, Fernanda Scoponi.
“Temos expectativa de um leilão no segundo semestre do ano que vem e estamos nos preparando para isso”, disse.
Ademais, também em entrevista à epbr, Diogo Nóbrega, executivo responsável pelos projetos no Brasil da Copenhagen Infrastructure Partners (CIP) e da Copenhagen Offshore Partners (COP) no Brasil, confirmou o interesse na aplicação das gestoras de fundos europeus de investimento na energia offshore no Brasil, elencando a estimativa de aportes de US$ 6 bilhões para o desenvolvimento de quatro parques eólicos em alto mar, com 7 GW, incluindo o Palmas do Mar (com 1,4 GW) no litoral do Piauí.
Além do projeto em solo piauiense, estão no radar das companhias parques no Rio Grande do Norte (Alísios Potiguares, de 1,8 GW), Rio de Janeiro (Ventos Fluminenses, de 2,8 GW) e Rio Grande do Sul (Ventos Litorâneos, 1,2 GW).
“É um (tipo de) projeto de energia renovável muito intenso em termos de capitais (…) A celeridade é importante por isso, porque a gente precisa ter a lei pronta para que possamos se estruturar financeiramente e, então, iniciar as contratações, e em paralelo o desenvolvimento desses projetos”, frisou o executivo.
Projetos no Piauí aguardam liberação
Se o avanço econômico promovido pelas energias renováveis no Piauí já tem modificado o panorama social de diversas cidades; a expectativa é que nos próximos anos o Estado perceba um desenvolvimento ainda maior com a produção eólica em alto mar.
Mapa divulgado pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), com dados atualizados no final do ano passado, aponta que há quatro empreendimentos do tipo esperando o aval para serem instalados no Piauí; além do Palmas do Mar, que já está no radar do mercado, há o Vento Tupi, Projeto Piauí e Projeto Mangará. Juntos os projetos representam uma capacidade de produção de 7 gigawatts (GW).
Os empreendimentos no Piauí são capitaneados pela Ventos do Atlântico, Bosford Participações, Shell Brasil Petróleo, e Equinor Brasil Energia. As propostas estão sendo analisadas pelo IBAMA.
Cabe indicar que a Margem Equatorial do Nordeste brasileiro, que engloba os estados do Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão, é a região mais atrativa do Brasil para implantação de parques eólicos offshore (no mar). Ao todo, são 176,58 Gigawatts (GW) cadastrados no país, em um total de 70 empreendimentos. Os números mostram expansão na comparação com o levantamento anterior, divulgado em agosto, e revelam que quase metade da potência registrada (45,86%) está localizada na Margem Equatorial nordestina, ante 35,35% na região Sul do país e 18,8% no Sudeste.
Em divulgação da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), o diretor do SENAI do RN e do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis, Rodrigo Mello, enalteceu as iniciativas.
“Esse Mapa mostra um extremo interesse pelo offshore brasileiro, com projetos que, somados, praticamente alcançam a capacidade total instalada, hoje, no país, de cerca de 196 Gigawatts (GW), considerando todas as fontes de energia elétrica (...) E esse interesse, segue em crescimento”.