O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, afirmou nesta segunda-feira (3) acreditar que a economia brasileira já dá indicações de ter ultrapassado o período de recessão. Na avaliação dele, houve expansão econômica no país entre abril e junho e esse movimento deve continuar no trimestre corrente. "Há sinais de que o país já saiu da recessão", disse. Meirelles também acrescentou que espera um fim de ano positivo para a economia brasileira e uma recuperação mais significativa no ano que vem. "Nossa expectativa é de que o Brasil chegue ao final deste com uma trajetória de crescimento e que tenha, em 2010, um início de retomada do crescimento sustentável", ressaltou.
Segundo ele, o país chegará ao final do ano em trajetória de crescimento e pronto para reiniciar um processo de expansão sustentada, como o que "prevaleceu nos últimos anos". Meirelles esteve reunido nesta segunda-feira, em São Paulo, com presidentes de bancos centrais do Mercosul, Bolívia, Chile, Peru e Venezuela. Segundo o BC brasileiro, as autoridades desses países concluíram que há indícios de melhora nos cenários internacional e regional e que a região demonstrou capacidade superior à do passado para absorver o impacto do choque internacional.
Moeda alternativa
O presidente do BC brasileiro afirmou que os parceiros do Brasil no grupo Brics - Rússia, Índia e China - já demonstraram interesse em estudar com o Brasil a adoção de um Sistema de Pagamentos em Moeda Local (SML), a exemplo do que já vem sendo feito com a Argentina.
De acordo com ele, os bancos centrais da Índia e China já manifestaram intensão de estudar o sistema, pelo qual cada país adota a própria moeda no comércio internacional, abrindo mão do uso do dólar, como ocorre atualmente. Meirelles relatou ainda que é possível que em 2010 Brasil e Uruguai fechem um acordo semelhante ao que o país já tem com a Argentina para liquidação das operações de comércio exterior em moeda local. "Existe interesse muito grande de outros países da América do Sul e, como já mencionamos antes, o banco central da Índia também manifestou interesse de estudar conosco esse tipo de sistema, assim como da China e da Rússia", disse.