Marcas brasileiras patrocinam a Copa do Mundo

Brahma herdou placa, enquanto grupo Marfrig comprou espaço para divulgar a Seara

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O torcedor que assiste aos jogos da Copa do Mundo já percebeu: há placas de publicidade da Brahma e da Seara espalhadas pelos estádios da África do Sul. Pela primeira vez, duas marcas brasileiras disputam espaço na Copa com gigantes mundiais como Coca-Cola, a fabricante de lubrificantes automotivos Castrol, a rede de fast food McDonald?s, a montadora Hyundai e a empresa de pneus Continental.

O grupo Marfrig, que é dono da marca Seara, fechou contrato com a Fifa (Federação Internacional de Futebol) para exibir propagandas de seus produtos tanto na Copa da África como na do Brasil, em 2014. Em nota, a empresa, que vende cerca de 30 mil toneladas de alimentos por mês para mais de 50 países, afirmou que ?o patrocínio da Copa do Mundo e da seleção brasileira é parte importante da estratégia do Grupo Marfrig para posicionar a Seara, sua marca global?.

- Seara e marcas locais do Grupo Marfrig, como Paty (Argentina), Moy Park (Europa) e Pemmican (EUA) tornam-se mais fortes regionalmente e em todo o mundo [com o evento]. Já a Brahma está nas arquibancadas da África por causa da fusão entre a cervejaria belgo-brasileira InBev e a americana Anheuser-Busch, fabricante da Budweiser ? antes carro-chefe da publicidade da empresa no futebol. Com o negócio, a corporação explica, em nota, que suas marcas ficam mais evidentes quando joga a seleção do país onde tem presença de mercado mais forte.

Ou seja, a marca Brahma será mais intensa em jogos do Brasil. - Quando assistir aos jogos, [o telespectador] poderá ver outras marcas como a [cerveja] Quilmes, que também é da InBev, nas partidas da Argentina [onde é mais forte], por exemplo. Economia brasileira em alta O bom momento da economia brasileira, que registrou crescimento recorde de 9% entre janeiro e março deste ano, sobre igual período do ano passado, se reflete na publicidade mundial, afirma o presidente do IBDD (Instituto Brasileiro de Direito Desportivo), Luiz Felipe Guimarães Santoro.

- [Seara a Brahma] são marcas brasileiras que, com o desenvolvimento da economia brasileira e dessas próprias empresas, atingiram determinado patamar que lhes permite patrocinar um evento do porte da Copa do Mundo. Acredito que a estratégia da Ambev seja levar a marca Brahma para os mercados asiático, africano e europeu. No caso da Seara, [a intenção] é desenvolver sua marca [no exterior]. Nem a Ambev, nem o grupo Marfrig revelam quanto vale uma placa de publicidade, mas expor a marca na Copa do Mundo custa caro. A Fifa adota agora a estratégia ?less is more? - menos é mais, na tradução livre. Até 2006, a entidade contava com 15 patrocinadores másteres que pagavam R$ 70 milhões (US$ 40 milhões) cada um, e, a partir de 2010, são seis que desembolsam R$ 354,9 milhões (US$ 200 milhões) cada, explica Santoro.

- Isso garante maior visibilidade aos parceiros da Fifa [com mais tempo de exibição nos estádios e na TV]. Os seis másteres da Fifa são Coca-Cola, Visa, Sony, Hyundai, Emirates e Adidas. Fora esses, existem os patrocinadores menores, como Seara, Castrol e Budweiser (Brahma). Apesar do preço salgado, fazer propaganda em um evento com a dimensão da Copa do Mundo é vantajoso, explica o consultor de marketing esportivo José Carlos Brunoro.

- Você estar ao lado de uma competição como a Copa do Mundo é extremamente importante. Você marca território junto ao esporte mais popular do país [no caso do Brasil]. O investimento compensa, mesmo que alto, porque o retorno é garantido. Segundo estimativa da Fifa, a audiência do Mundial pela TV deverá bater recorde. Todas as partidas da Copa serão acompanhadas por um total acumulado de 30 bilhões de pessoas em 214 países. Na Copa da Alemanha, 26,3 bilhões de espectadores assistiram aos jogos.

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