O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quinta-feira (9) que a atividade econômica sofrerá uma desaceleração ao longo de 2011 e que, com isso, o Produto Interno Bruto (PIB) deverá registrar uma expansão de 5%. Para este ano, a previsão é de uma taxa de expansão de 7,5% a 8%.
"Com o resultado do PIB do terceiro trimestre, já está assegurado que vamos fechar o ano com pelo menos 7,5% [de expansão]. É um crescimento muito expressivo. O Brasil permanece entre os países que mais estão crescendo. No próximo ano, vamos ter uma pequena desaceleração da atividade econômica e devemos ter um crescimento em torno de 5%. Vamos transitar para esse crescimento com os fundamentos sólidos", disse o ministro da Fazenda.
Ele acrescentou que, entre 2012 e 2014, o crescimento do PIB ficará acima de 5% ao ano.
Inflação
Segundo Mantega, a inflação estará dentro da meta em 2011. A meta definida pelo governo, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), é de 4,5% para o período de 2010 a 2012, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Com isso, o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5%.
"A inflação estará dentro da meta, e sob controle. Estamos tendo agora uma umento da inflação, que se deve a alimentos, commodities, e outros serviços. Parte deste crescimento é sazonal e depois haverá um refluxo. Alguns produtos agrícolas já estão começando a cair. A trajetória da inflação é benigna e estamos com a inflação sob controle", disse Mantega.
Ele observou, porém, que a inflação geralmente apresenta um crescimento nos dois primeiros meses de cada ano, o que deverá se repetir em 2011. A partir de março do ano que vem, entretanto, ele disse que os preços voltarão a recuar. "Como em todo ano, janeiro e fevereiro sãos meses de maior inflação. Temos correção de matrículas, às vezes transporte. Temos tambem entressafra, com chuvas. Pode ter inflação maior em janeiro e fevereiro, mas depois recua", declarou.
Gastos públicos
Mantega voltou a dizer que está preparando cortes de gastos de custeio para o ano que vem, em linha com as diretrizes da presidente eleita, Dilma Rousseff. Segundo ele, essa redução de gastos visa aumentar o volume dos investimentos, o que poderá proporcionar, em sua visão, diminuição da taxa básica de juros da economia, atualmente em 10,75% ano.
"Essa redução se dará em gastos já existentes, e, também, vamos evitar o aumento de novos gastos. O PAC que está em andamento tem um volume grande de projetos que continuarão com o ritmo previsto em 2011. Isso, por si só, já representa um volume de investimentos maior do que neste ano", declarou ele.
Sobre o PAC 2, porém, Mantega afirmou que o ritmo de execução será mais lento. "Vamos alterar o ritmo de ingresso de novos investimentos, de acordo com a nossa disponibilidade e redução que vamos fazer", informou o ministro da Fazenda.