Acorrentados, manifestantes protestam contra o leilão da usina hidrelétrica de Belo Monte

Centenas de pessoas ligadas a movimentos sociais e de ONGs criticavam Belo Monte

Protesto contra Belo Monte | G1
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Cerca de 500 manifestantes de organizações de vários movimentos sociais protestam em frente ao prédio da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) contra o leilão da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), que estava previsto para nesta terça-feira (20), ao meio-dia.

A pista que dá acesso à Universidade de Brasília está interditada desde as 5h da manhã.

Manifestantes do Greenpeace também protestam acorrentados à grade em frente ao prédio da Aneel. Dentro do prédio, há muitos policiais militares e seguranças.

Justiça decide nesta terça se mantém leilão de Belo Monte

Representantes do grupo colocaram um cartaz sobre o esterco indicando "Belo Monte de "M". Seis deles se acorrentaram em frente ao prédio, prejudicando a entrada dos funcionários da agência.

O leilão está suspenso por uma decisão da Justiça Federal do Pará. Mas a Advocacia Geral da União já recorreu no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília, e espera uma decisão até as 11 horas, uma hora antes do leilão na Aneel. Para o juiz Antonio Carlos Almeida Campelo, da subseção de Altamira, as audiências públicas realizadas para avaliar o impacto ambiental da obra serviu apenas como "meras encenações".

Mais protestos

Entidades sociais e de meio ambiente, agricultores e tribos indígenas realizamnesta terça e nos próximos dias uma série de manifestações pelo Brasil contra a Hidrelétrica de Belo Monte (PA), a devastação da Amazônia e a política energética do governo Lula. Mesmo que o leilão da usina, marcado para hoje, às 12 horas, não ocorra por causa da liminar concedida ontem pela Justiça Federal do Pará, os movimentos prometem reunir centenas de pessoas em várias localidades, paralisar estradas e balsas.

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)e o Movimento dos Sem Terra (MST) vão se reunir em frente a órgãos estatais de oito cidades brasileiras: Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF) e Belém e Altamira (PA).

As manifestações contra a hidrelétrica começaram na segunda em Altamira, numa vigília em frente das instalações da Eletronorte, que incluiu rezas, carros de som e discussões sobre o empreendimento. Além de moradores da cidade, índios também participaram. Para hoje, agricultores prometem bloquear a Rodovia Transamazônica, no trecho entre Altamira e Vitória do Xingu. Essa é a única ligação terrestre que os moradores da cidade têm para Belém e Santarém.

Também há previsão de protestos em Cuiabá (MT). "Se Belo Monte vai trazer prejuízos pro Povo do Xingu, índios vão provocar prejuízo para muita gente e empresas", alerta o cacique kaiapó Megaron Txcurramãe. Ele e mais 30 lideranças, reunidas na aldeia Piaraçu, na terra indígena Capoto-Jarina, devem fazer a segunda manifestação contra Belo Monte. O cacique afirma que, se a usina vai prejudicar o povo indígena, então eles também vão prejudicar o governo e o projeto.

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