Para quem viaja pelo sul da Bahia e passa pela cidade de Una se depara com propriedades muito vigiadas, com cercas altas, placas intimidadoras e até sistema de vigilância eletrônica. Quem consegue passar por essas cercas se depara com árvores frondosas com frutos estranhos para nós brasileiros.
Tal fruta é o mangostin e o excesso de segurança não é à toa. Afinal, o quilo da fruta pode chegar a R$170 ou seja, quase R$11 cada. Fazendeiros do sul da Bahia até deixaram o cacau para investir em mangostin.
No Mercado Municipal de São Paulo é possível encontrar a fruta com facilidade e o vendedor ainda dá uma aula sobre como cortá-la e comer. O mangostin possui uma casca cor marrom com uns 4 mm de espessura e sua polpa é bem doce e suculenta.
O que faz essa fruta ser tão especial é sua história e uma substância encontrada em sua polpa. A rainha Vitória, da Inglaterra, era uma apreciadora dela e, por isso, a fruta é lembrada como a "rainha das frutas". A substância a que nos referimos é o ácido hidroxicítrico, muito utilizado nos tratamentos modernos para diminuição do peso corporal.
Segundo a nutricionista Gisela Peres, da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, "o ácido hidroxicítrico presente na fruta é o responsável por saciar o apetite e reduzir o desejo por doces". Isso ocorre porque essa substância dificulta a absorção do açúcar e a gordura, dando a sensação de saciedade.
E também de acordo com o nutricionista Rodolfo Peres, especialista em nutrição esportiva, o ácido hidroxicítrico "inibe uma parcela da síntese de ácidos graxos, por diminuir o fornecimento de acetil coenzima A no metabolismo celular. O ácido hidroxicítrico, por sua vez, também apresenta ação redutora no apetite."
Seja por sua excentricidade, seja por suas propriedades, o mangostin cada vez mais chama a atenção.