Os líderes do G8 (grupo dos sete países mais ricos do mundo mais a Rússia) afirmaram em comunicado que, apesar dos sinais de que as economias estão melhorando, os países ainda enfrentam riscos significativos na economia.
Os líderes, que se reuniram nesta quarta-feira (8) na cidade de L"Aquila, recentemente atingida por um terremoto, para discussões que se iniciam com o assunto economia, prometeram "tomar todos os passos necessários para sustentar a demanda, restabelecer o crescimento e manter a estabilidade financeira", mas se mostraram cientes da situação das finanças públicas e prometeram começar a planejar a retirada das medidas adotadas para impulsionar as economias.
"Embora haja sinais de estabilização, incluindo recuperação das bolsas, declínio nos spreads de juro, melhora da confiança empresarial e do consumidor, a situação permanece incerta e riscos significativos à estabilidade financeira e econômica permanecem", afirmou o comunicado publicado no final do primeiro dia de encontro.
"Nós concordamos com a necessidade de preparar estratégias apropriadas para desfazer as políticas extraordinárias tomadas para responder à crise assim que a recuperação estiver assegurada", disseram os líderes em comunicado. "Essas estratégias vão variar de país para país, dependendo das condições econômicas domésticas e das finanças públicas."
No comunicado, os líderes do G8 também rejeitam qualquer tipo de protecionismo.
Ajuda à África
As potências mundiais também se comprometeram a respeitar as promessas de aumentar a ajuda pública ao desenvolvimento em favor da África e de destinar, junto "com outros doadores", US$ 25 bilhões por ano.
"Destacamos como é importante honrar os compromissos de aumentar a ajuda que havíamos tomado em Gleneagles (...). Para a África, será preciso que, junto a outros doadores, aumentemos a ajuda pública ao desenvolvimento em 25 bilhões de dólares por ano até 2010, em relação a 2004", segundo o texto de uma declaração sobre o "desenvolvimento e a África"..
O G8 também destaca que vai "elaborar uma proposta relacionada aos princípios e a boas práticas do investimento agrícola internacional", levando em conta as compras em massa de terras nos países em desenvolvimento e, principalmente, na África.
Emissão de gases
As reuniões do dia também resultaram em um compromisso das potências em dividir por dois suas emissões de gases com efeito estufa até 2050 em relação ao ano de 1990, e diminuir em "80% ou mais" as emissões das nações industrializadas, para limitar o aquecimento global em 2°C, segundo a declaração final da reunião de cúpula realizada em l"Aquila.
"Reconhecemos as advertências feitas por cientistas segundo as quais o aumento da temperatura média global acima do nível pré-industrial não deva ultrapassar 2°C", indicam os oito dirigentes das nações mais ricas na declaração. Este desafio mundial não pode ser enfrentado senão por uma ação internacional. Daí o porquê de reiterarmos nossa vontade de partilhar com todos os países o objetivo de uma redução de pelo menos 50% das emissões até 2050 (...). Sustentamos igualmente o objetivo de uma redução acumulada das emissões desses gases nos países industrializados de 80% ou mais até 2050 em relação ao ano de 1990 ou aos anos mais recentes".