O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou nesta quarta-feira (25) que a licença ambiental para o início das obras da usina de Belo Monte, no rio Xingu, no Pará, deve ser publicada a qualquer momento e criticou organizações que se colocam contra o projeto do governo federal.
De acordo com Lobão, que proferiu palestra sobre os planos do governo federal no setor de energia a empresários e governadores participantes do BIOSforum, no Jockey Club, em São Paulo, o governo vive ?seus últimos momentos antes da concessão da licença?.
?Deveríamos ter orgulho na nossa matriz energética limpa, mas o Congresso Nacional passou a ouvir aqueles que são contra a usina. É fundamental que (a licença ambiental) seja concedida agora para que não se perca a janela hidrológica do projeto, porque temos procedimentos que deverão ser tomados assim que isso acontecer?, disse Lobão.
Ele não deu prazos de quando as licenças de implantação e operação da usina serão liberadas e reconhece que podem ocorrer atrasos. ?O Ministério do Meio Ambiente fez exigências e impôs 140 condições antes de implantarmos o canteiro de obras. Nós não queremos obstruir essas condições?, afirmou Lobão
?Nós tivemos problemas semelhantes com a usina de Jirau e Santo Antônio (no rio Madeira, em Rondônia). Temos que vencer essas dificuldades. O Brasil precisa de energia das hidrelétricas, porque é limpa, renovável e mais barata. Não queremos rumar para alternativas como usinas térmicas ou movidas a carvão?, disse, citando a China como país que utiliza este tipo de matriz energética.
Desistência
Ele comentou ainda que vê com naturalidade o processo de desistência de empresas integrantes do consórcio vencedor de Belo Monte, alegando que existe uma "fila" de outros interessados no projeto. Uma delas seria o grupo Bertin, citado por Lobão. ?Mas a sua participação já foi substituída pela Vale?, disse.
Na última semana, ao menos três empresas privadas fizeram pedido formal para sair do grupo investidor Norte Energia: Galvão Engenharia, Serveng e Cetenco. Elas criticam o alto preço para a construção do empreendimento, que estaria estimado em R$ 25 bilhões.
Prioridade
Lobão afirmou que a prioridade na geração de energia elétrica será pelo meio hidráulico. ?Nos próximos quatro anos, vamos agregar à nossa matriz uma capacidade de 23 mil MW, sendo mais de 6 mil MW somente neste ano".