Juros cobrados pelos bancos voltam a subir

Taxa média geral de juros dos bancos subiu para 35,4% ao ano.

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Após queda em junho, os juros cobrados pelos bancos em suas operações com pessoas físicas voltaram a avançar no mês passado, segundo informações divulgadas nesta terça-feira (24) pelo Banco Central. Também subiram os juros médios de todas operações de crédito, assim como a taxa cobrada dos bancos nas operações de crédito para empresas.

Em julho, segundo o BC, a taxa média de juros para as pessoas físicas atingiu 40,5% ao ano. A mínima histórica havia sido registrada no mês anterior, em junho, quando chegou a 40,4% ao ano. Deste modo, apesar do crescimento, ainda permanece próxima do piso.

Já a taxa média de juros dos bancos para todas operações de crédito, o que inclui pessoas físicas e jurídicas, cresceu bem mais: passou de 34,6% ao ano em junho para 35,4% ao ano em julho, uma elevação de 0,8 ponto percentual. A taxa das empresas, por sua vez, foi elevada de 27,3% para 28,7% ao ano de junho para julho (1,4 ponto percentual).

Crédito para empresas puxa juro bancário

"A taxa que sobe é a das empresas. É por força de elevação do spread. São basicamente todas modalidades para empresas que têm elevação da taxa. O crédito livre às empresas tem mantido comportamento quase que estável. Foram operações que já foram contratadas à taxas mais elevadas no passado [durante a crise] e isso se manifesta agora. Não se pode afirmar que isso é uma tendência que e que se vai permanecer neste estágio", disse Altamir Lopes, chefe do Departamento Econômico do BC. Segundo ele, os juros bancários estão estáveis no início de agosto.

Lopes observou ainda que a taxa de juros bancária calculada pelo BC refere-se apenas às operações com recursos livres. Deste modo, não incluem as operações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que têm juros mais baixos e estão incluídas no chamado "crédito direcionado". No mês passado, números da autoridade monetária mostram que a procura pelo crédito direcioando, o que inclui o BNDES, foi muito mais forte do que a demanda das empresas pelo crédito ofertado pelos demais bancos.

Spread bancário

De acordo com dados da autoridade monetária, os juros subiram em julho por conta da elevação do spread bancário, que é a diferença entre a taxa de captação dos bancos (que permaneceu estável em 11,1% ao ano de junho para julho) e os juros cobrados dos seus clientes.

O spread bancário médio de todas linhas de crédito dos bancos, que é composto pelo lucro dos bancos, pelos impostos e pela taxa de inadimplência, entre outros, subiu de 23,5 pontos percentuais em junho para 24,3 pontos percentuais no mês passado.

Principais linhas de crédito

Em julho, os juros médios cobrados pelos bancos no cheque especial para pessoa física subiram para 167,3% ao ano, contra 165,1% ao ano no mês anterior. O crescimento, neste caso, foi de 2,2 pontos percentuais. Como sempre, o juro do cheque especial é o um dos mais altos de todas modalidades de crédito.

Para as operações de crédito pessoal com pessoas físicas, a taxa média cobrada pelas instituições financeiras subiu para 42,2% ao ano em julho, na comparação com 42% em junho. Para a compra de automóveis, os juros avançaram de 23,6% ao ano em junho para 24% ao ano no mês passado.

No caso das linhas de crédito de empresas, a taxa para desconto de duplicata passou de 38,4% em junho para 41,1% ao ano em julho. Para capital de giro, os juros médios dos bancos foram de 29,9% em julho deste ano, na comparação com 28,5% em junho deste ano.

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