O aumento da renda dos empreendedores individuais do Brasil, muitas vezes informais e sem conta em banco, começa a chamar mais a atenção de instituições internacionais de microfinanças. São grupos que oferecem empréstimo de pequenas quantias a microempreendedores com dificuldade para acessar o sistema financeiro tradicional, para que possam investir em seus negócios.
A Accion International, sediada nos EUA e uma das maiores do mundo no segmento, presente em 32 países de quatro continentes, com 62 instituições, acaba de se instalar em Manaus (AM).
A ideia inicial é servir o Norte e o Nordeste, que têm metade da população acima de 18 anos não bancarizada, segundo dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Mas o plano da Accion Microfinanças, nome da representação brasileira, é crescer no país e se transformar em um banco de microfinanças em até cinco anos, segundo o jornal Folha de S. Paulo.
Hoje, o Banco do Nordeste tem a maior fatia do mercado doméstico de microfinanças (45%), seguido por Santander (14%) e Finsol (4%). Mas essa indústria é muito pulverizada, com 361 instituições habilitadas no programa nacional do microcrédito produtivo orientado, de acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego. Muitas delas, de pequeno porte.
O saldo do microcrédito ao empreendedor no Brasil somava R$ 1,1 bilhão em abril passado, segundo o BC. A cifra ainda é muito pequena considerando os US$ 65 bilhões por ano do mercado global -sendo 11% na América Latina e no Caribe.
Estima-se que mais de 80% dos tomadores desse empréstimo no Brasil sejam empreendedores informais.
Muitas instituições de microfinanças, como a Accion, não exigem do cliente conta bancária. O dinheiro é liberado em cheque.