Japão cria fundo com US$ 100 bi para frear valorização do iene

No fechamento do mercado americano, o dólar chegou a ser negociado a 75,95 ienes, recorde desde a Segunda Guerra Mundial

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O ministro das Finanças do Japão, Yoshihiko Noda, anunciou nesta quarta-feira a criação de um fundo anual de US$ 100 bilhões (R$ 160 bilhões) para resistir à tendência de apreciação do iene por meio da iniciativa privada.

Em entrevista coletiva, o titular das Finanças convidou as empresas japonesas a trocar ienes por moedas estrangeiras e encorajou a realização de fusões e aquisições no exterior, com a ajuda deste fundo, para aproveitar a força do iene.

Noda avisou que o governo vai monitorar de perto os movimentos especulativos e controlar as operações com divisas, e não descartou a intervenção do Executivo, que, se necessário, "entrará em ação" para desvalorizar o iene, depois que, na sexta-feira, a cotação da moeda japonesa atingiu seu recorde histórico frente ao dólar em Wall Street.

No fechamento do mercado americano, o dólar chegou a ser negociado a 75,95 ienes, recorde desde a Segunda Guerra Mundial. Nesta quarta-feira, em Tóquio, a moeda americana registrou cotações de até 76 ienes na abertura da bolsa japonesa.

O Japão já interveio no último dia 4 no mercado de divisas para frear a alta do iene, com um desembolso recorde que superou os 4 trilhões de ienes (R$ 83,5 bilhões).

No último ano, o Japão interveio três vezes no mercado de divisas para depreciar o iene, cuja alta prejudica os exportadores japoneses ao reduzir a competitividade dos produtos e serviços do país asiático e diminuir seus lucros no exterior no momento de remetê-los de volta.

Nesta terça-feira, a agência de classificação de risco Moody"s rebaixou a nota da dívida soberana do Japão de "Aa2" para "Aa3", devido ao alto déficit fiscal, à acumulação de dívida pública desde 2009 e aos efeitos do terremoto de 11 de março e posterior crise nuclear.

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