O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do Brasil, caiu 0,02% em agosto, conforme divulgado nesta terça-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a primeira deflação do ano e o menor índice desde junho de 2023 (-0,08%).
Os grupos Alimentação e Bebidas e Habitação foram os principais responsáveis pela queda, com recuos de 0,44% e 0,51%, respectivamente. Eles contribuíram com uma redução de 0,09 ponto percentual (p.p.) e 0,08 p.p. para o índice geral. Juntos, esses grupos representam 36,53% do IPCA.
O resultado de agosto indica uma desaceleração em relação ao mês anterior, quando o IPCA subiu 0,38%. Em agosto de 2023, os preços haviam aumentado 0,23%. A inflação acumulada em 12 meses é de 4,24%, dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). No acumulado do ano, a alta é de 2,85%.
Veja o resultado dos grupos do IPCA:
- Alimentação e bebidas: -0,44%;
- Habitação: -0,51%;
- Artigos de residência: 0,74%;
- Vestuário: 0,39%;
- Transportes: 0,00%;
- Saúde e cuidados pessoais: 0,25%;
- Despesas pessoais: 0,25%;
- Educação: 0,73%;
- Comunicação: 0,10%.
ALIMENTOS E ENERGIA ELÉTRICA EM QUEDA
O grupo Alimentação e Bebidas teve sua segunda queda consecutiva, impulsionada pelo subgrupo Alimentação no domicílio (-0,73%), que inclui alimentos in natura afetados por problemas climáticos no início do ano.
O IBGE destaca quedas nos preços da batata inglesa (-19,04%), tomate (-16,89%) e cebola (-16,85%). Entre os itens que subiram estão o mamão (17,58%), a banana-prata (11,37%) e o café moído (3,70%).
A Alimentação fora do domicílio subiu 0,33% em agosto, abaixo do avanço de 0,39% em julho. O lanche desacelerou de 0,74% para 0,11%, enquanto a refeição aumentou de 0,24% para 0,44%. O grupo Habitação foi impactado pela forte deflação da energia elétrica, com a conta de luz caindo 2,77% devido à mudança de bandeira tarifária de amarela para verde.
O IBGE também observou reduções tarifárias em várias cidades, como Porto Alegre (-0,69%), Vitória (-1,49%), São Paulo (-3,07%), São Luís (-4,52%) e Belém (-5,63%). A energia elétrica residencial foi a principal contribuição negativa para o índice geral, com impacto de -0,11 ponto percentual.