A Receita Federal e a Polícia Federal apreenderam nesta terça-feira (14) cerca de R$ 2,1 milhões em dinheiro e cheques que estariam ligados a um esquema fraudulento de importação de artigos de luxo durante a Operação Porto Europa, deflagrada nesta manhã.
Foram alvo de busca e apreensão, de acordo com o Ministério Público Federal em São Paulo, sete endereços ligados ao grupo Tânia Bulhões, que tem duas lojas nos Jardins, em São Paulo, especializadas em mobiliário, artigos de decoração, presentes e perfumaria de luxo.
Em comunicado, o MPF informou que sete endereços foram alvo das buscas nesta terça: além das lojas e um escritório do grupo, duas casas de pessoas ligadas ao esquema e dois escritórios de contabilidade que prestavam serviços à Tânia Bulhões Home foram vasculhados.
Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal de São Paulo. De acordo com a Polícia Federal, do total apreendido, R$ 600 mil foram encontrados em espécie e R$ 1,5 milhão em cheques. Além dos valores, foi aprendido também um carro da marca Mercedes Benz, F500, blindado, no valor de aproximadamente R$ 500 mil.
Esquema Segundo a Receita e o MPF, o esquema consistia em substituir, nos documentos de importação, o real importador e os reais fornecedores, respectivamente, por tradings brasileiras e por empresas exportadoras de fachada, sediadas em Miami. Pelo esquema, o grupo conseguia ocultar da Receita tanto os beneficiários quanto os verdadeiros valores da operação.
A Receita Federal informou que, pelo esquema, havia duas exportadoras interpostas sediadas no mesmo endereço em Miami. A primeira simulava uma compra dos fornecedores verdadeiros, geralmente europeus, e a segunda remitia as mercadorias ao Brasil com valores que poderiam corresponder a 30% dos preços originais. A Receita recebia faturas com os valores falsos. Crimes A Receita Federal informou que, com um ano de investigação, verificou que a organização cometeu fraudes nos anos de 2004, 2005 e 2006 por meio de laranjas, subfaturamento em importações, crimes de descaminho, sonegação fiscal e falsidade ideológica. Segundo a PF, os principais crimes cometidos pelo grupo são evasão de divisas, descaminho, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.
A investigação teve início com documentos apreendidos na Operação Dilúvio, em 2006, que investigou esquema de fraudes no comércio exterior. Operação De acordo com a Receita, foram apreendidos computadores, documentos e faturas verdadeiras de compra e venda, diferentes das declaradas ao órgão. Ao todo, a operação teve a participação de 40 policiais federais. Segundo a empresa, nada foi apreendido no local, mas alguns documentos foram escaneados. Um representante da empesa disse que a companhia está cooperando com a operação.