Interesse do investidor “gringo” pelo Brasil já dá sinais de queda

De acordo com estudo da Unctad, País caiu de 4º para 5º no ranking dos destinos preferenciais de IED no período de 2012 a 2014

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Quando se consideram as expectativas de investimento entre 2012 e 2014, o Brasil caiu uma posição no ranking dos destinos preferenciais de Investimento Estrangeiro Direto (IED), segundo o World Investiment Report 2012 (WIR 2012), da Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento (Unctad), divulgado com exclusividade no Brasil pela Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet). Pelo levantamento, o Brasil deixou o quarto lugar para ocupar a quinta posição. O estudo foi feito com investidores em economias estrangeiras.

A boa notícia é que o Brasil subiu três posições, do oitavo para o quinto lugar, no ranking dos principais destinos de IED na passagem de 2010 para 2011, de acordo com o estudo. Em 2009, o País ocupava o 14º lugar entre os 20 maiores destinos de investimentos estrangeiros no mundo.

Segundo o documento, o Brasil recebeu no ano passado o equivalente a US$ 66,7 bilhões a título de investimento estrangeiro. O valor é 37,4% maior que os US$ 48,5 bilhões que ingressaram no País em 2010. Na frente do Brasil se mantiveram, pela ordem, Estados Unidos, China, Bélgica e Hong Kong. Para chegar ao quinto lugar, o Brasil deixou para trás Cingapura, Reino Unido e Ilhas Virgens, que estavam à sua frente em 2010.

Com o salto no ranking das economias que mais receberam investimentos estrangeiros, o Brasil passou a responder por 4,4% de todo o fluxo de investimentos mundial em 2011, ante participação de 3,7% no fluxo global em 2010. Em 2006, período pré-crise, o Brasil recebia apenas 1,3% de todos os investimentos estrangeiros no mundo.

Na análise por região, a América Latina - na qual o Brasil é o destaque -, foi a que teve maior crescimento no ingresso de investimentos estrangeiros, com alta de 15,8%. No ano passado, a região recebeu US$ 217 bilhões em IED. O destaque ficou por conta dos investimentos voltados a atender o mercado consumidor dos países da região.

Ainda de acordo com o levantamento, as economias que pertencem ao bloco dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) receberam, no total, US$ 280,9 bilhões em investimentos estrangeiros em 2011, com crescimento de 21,1% em relação a 2010. Os Brics responderam por 18,4% de todo o fluxo de investimentos no mundo, em 2011.

Segundo a Unctad, houve um recuo no volume de investimentos feitos pelas economias emergentes no exterior. Isso ocorreu, de acordo com a entidade, por conta de mudanças nos fatores econômicos e financeiros no mundo, como diferencial de crescimento entre regiões, taxas de juro e câmbio. Com isso, a participação de investimentos provenientes de empresas sediadas em países em desenvolvimento no fluxo global de IED caiu de 27,6% para 22,6%, na passagem de 2010 para 2011.

No movimento de desinvestimento, o Brasil ficou em segundo lugar na lista dos países que mais repatriaram recursos investidos no exterior. As empresas brasileiras desinvestiram US$ 12,6 bilhões, ficando atrás apenas de Hong Kong.

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